Por Eliane Midori, dentista auditora da Unimed Odonto
A Varíola do Macaco é uma doença viral causada pela Monkeypox, do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. A transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa, pelo contato direto com fluidos corporais, como sangue e pus, secreções respiratórias ou lesões causadas pela doença. As lesões orais surgem em grande parte dos casos. Dessa forma uma anamnese criteriosa torna-se indispensável a cada consulta odontológica, pois é preciso checar se o paciente tem algum dos sintomas, se houve o aparecimento de lesões cutâneas e outros sintomas.
Caso o paciente apresente lesões orofaciais vésico-bolhosas, o mais prudente é que o Cirurgião-Dentista inclua no diagnóstico diferencial a hipótese de uma varíola e o profissional pode ajudar a reduzir a propagação do vírus.
O risco de transmissão da Monkeypox em consultórios odontológicos é baixo, mas o profissional e sua equipe podem tomar medidas de biossegurança para minimizar a propagação do vírus. É imprescindível o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras, luvas e óculos. Na limpeza das superfícies, vale o reforço na desinfecção das superfícies e esterilizações adequadas, fundamentais na rotina dos atendimentos odontológicos.
Como a doença pode ser disseminada através de gotículas respiratórias a curta distância e através do contato físico presencial pode-se oferecer ao paciente uma solução de Clorexidina para um bochecho, assim reduz a carga viral da cavidade bucal. Se possível usar o sugador, de preferência bomba a vácuo, e orientar o paciente não se movimentar muito durante o atendimento, o que pode levar à ruptura de lesões bolhosas, além do aumento da aspersão.
Se o paciente for diagnosticado com a Monkeypox, é necessário que realize o isolamento até que os sintomas desapareçam e fora de risco de disseminação do vírus, cerca de 21 dias. Entretanto, em caso de urgência odontológica, como dor ou infecções graves, o paciente pode ser atendido pelo Cirurgião-Dentista, desde que as recomendações de biossegurança sejam seguidas rigorosamente.
Confira os períodos da infecção:
- Período de incubação: pode variar de 5 a 21 dias;
- Período de manifestação clínica: de 6 a 13 dias (podendo levar até 21 dias de intervalo), conhecido como dois períodos da doença;
- Primeiro Período – 0 a 5 dias: sintomas gripais, febre e linfadenopatia
- Segundo Período – 1 a 3 dias após a febre, e aparecimento de lesões cutâneas, podendo apresentar diferentes aspectos:
- Manchas Planas: Máculas;
- Lesões Elevadas: Pápulas;
- Lesões Bolhosas: podendo ser muito dolorosas, necessitando de analgesia à intervenção em âmbito hospitalar. Tais bolhas podem romper-se ou transformar-se em pústulas (bolhas amareladas com conteúdo purulento);
Fique atento! Se sentiu algum dos sintomas, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares, no corpo, nas costas, fraqueza profunda, lesões, vesículas, bolhas ou pústulas e se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, procure um serviço de saúde para um diagnóstico.