O tema segurança do paciente é um assunto de saúde pública discutido mundialmente. Suas metas foram definidas por meio de uma parceria entre a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Joint Commission International (JCI), líder mundial em certificação de organizações de saúde.
O que é a segurança do paciente?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a segurança do paciente como uma forma de redução de danos ao mínimo aceitável, cujo objetivo é a prevenção de eventos adversos (EA), definidos como os danos ao paciente, decorrentes ao atendimento e não da doença de base. A segurança do paciente está relacionada às ações tomadas para minimizar os riscos durante as atividades no consultório. Na Odontologia a segurança do paciente é uma forma estratégica de reduzir riscos de lesões, traumas, infecções ou alguma doença transmissível durante o atendimento.
Na literatura, os principais EA ocasionados nos atendimentos clínicos são: infecções associadas à assistência à saúde, queda, lesão em tecidos duros e moles da cavidade oral, tromboembolismo venoso (TEV), erro na aplicação medicamentosa, possibilidade de exodontias trocadas, complicações anestésicas, entre outros.
Como promover a segurança do paciente?
O Ministério da Saúde Brasileiro compreendeu a importância e instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), através da Portaria 529, de 1 de abril de 2013. Essa portaria estabelece um conjunto de protocolos definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para promover a Segurança do Paciente nos atendimentos, tal como a prática de higiene das mãos; cirurgia segura; segurança na prescrição, a identificação de pacientes; prevenção de quedas; úlceras por pressão e uso seguro de equipamentos e materiais.
Para promover a segurança nos atendimentos é necessário o engajamento dos gestores, dos profissionais e também dos pacientes, já que a assepsia, a imunização e, também, a prevenção da exposição a materiais infecciosos são necessários para garantir que a consulta seja segura para todos os envolvidos.
O consultório odontológico é um local com alto potencial de contaminação de instrumentos e ambientes. Por exemplo, a saliva, assim como o sangue e as secreções respiratórias, quando ricas em vírus e bactérias, podem contaminar os equipamentos, superfícies e roupas de trabalho. Os equipamentos perfurantes ou cortantes aumentam o perigo. Para evitar contaminações e assegurar que as práticas sejam seguidas sem intercorrências é primordial implementar protocolos, como o de Biossegurança.
O que fazer num evento adverso?
A Unimed Odonto possui um sistema de notificação. Ela procura ser imparcial, efetivo e de forma confidencial. Nosso intuito não é julgar e sim orientar e acompanhar o incidente notificado. Recentemente tivemos o seguinte relato:
“Como suspeitávamos o dente XX estava perfurado com material obturador extravasado pelo periodonto. Dessa forma, o prognóstico é muito desfavorável, nos levando a indicar a exodontia deste elemento e reabilitação com prótese sobre implante. Chamamos a paciente à clínica e a colocamos a par da situação, bem como o fato de a Unimed também estar ciente do acontecido. Apresentamos a ela o tratamento indicado por nossa equipe (exodontia, implante e reabilitação protética) ou a opção de acompanhamento radiográfico a cada 3 meses (opção menos favorável a longo prazo), ambas sem custos.”
A notificação do EA é uma excelente fonte de aprendizagem, ele propicia a melhoria na qualidade assistencial, uma vez que, ao mensurar os incidentes que ocorrem nos atendimentos torna possível propor medidas para prevenir que ocorrências semelhantes voltem a acontecer.