O receio de ser processado faz com que a qualidade do cuidado em um hospital aumente? Não necessariamente. Pelo menos essa foi a conclusão de estudo publicado na revista da American College of Surgeons.
Os pesquisadores americanos utilizaram dados de pacientes que passaram por procedimentos como ressecção de pâncreas, esôfago, pulmão ou colorretal, artroplastia, craniotomia, bypass gástrico, reparação de aneurisma da aorta abdominal, revascularização do miocárdio ou cistectomia. Foram analisados os índices de mortalidade, readmissão em 30 dias e complicações como sepse, infarto do miocárdio e pneumonia.
Para identificar quais procedimentos apresentavam maior risco de judicialização foram levados em conta critérios como o prêmio pago pelos seguros e o número de reclamações que geravam indenização por negligência, entre outros. A hipótese inicial era de que procedimentos com maior risco de resultarem em processos judiciais teriam menos complicações pós-operatórias.
O resultado, porém, foi na contramão do que imaginavam os pesquisadores. Eles não encontraram relação consistente entre o risco de judicialização e melhores desfechos pós-operatórios. Pelo contrário: procedimentos com maior risco apresentaram probabilidade mais alta de evoluírem para complicações como sepse, infarto do miocárdio, insuficiência renal aguda, pneumonia, trombose venosa profunda, embolia pulmonar e sangramento gastrointestinal.
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