O Brasil é líder mundial em prevalência de transtornos de ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição atinge 9,3% da população – o que, em termos comparativos, representa o total de habitantes da cidade de São Paulo. Os números da depressão também são alarmantes: 5,8% dos brasileiros têm a doença, o que nos deixa em um desconfortável quinto lugar global.
A situação alarmante reforça a importância do diagnóstico e do tratamento precoces. Para que isso ocorra, porém, é fundamental o envolvimento dos médicos da atenção básica. De acordo com a Agência de Pesquisa e Qualidade em Saúde dos Estados Unidos (AHRQ, na sigla em inglês), há evidências de que a integração entre cuidado mental e primário melhora o desfecho para os pacientes com depressão e transtornos de ansiedade.
Conheça alguns programas de saúde americanos criados por diferentes instituições, mas com o mesmo objetivo:
Na rede de clínicas locais
Formado por 20 unidades de atenção básica, o grupo Cherokee Health Systems, no Tennesse, adotou uma abordagem populacional para a saúde mental. Todos os pacientes passam por triagem para identificar condições de saúde comportamental e são encaminhados para o nível adequado de apoio.
Consultores generalistas de saúde comportamental foram integrados ao time assistencial. Eles trabalham colaborativamente com os médicos da atenção primária no desenvolvimento do plano terapêutico e na cogestão do paciente. Psiquiatras também podem ser consultados pelos médicos para orientar casos mais complexos.
Aconselhamento por telefone
Em Massachussetts, pediatras que atendem crianças com transtornos comportamentais têm acesso, por telefone, a polos de aconselhamento 24 horas. Nesses call centers, estão disponíveis psiquiatras aptos a responder dúvidas relacionadas a diagnóstico e tratamento. Eles também ajudam a identificar e redirecionar pacientes com casos mais complexos, que precisam de tratamento especializado e contínuo.
Hospitais e clínicas integrados
O sistema de saúde Intermountain Heathcare, na área de Salt Lake City, em Utah, integrou o cuidado de saúde mental em suas 20 unidades hospitalares e 200 clínicas. A triagem de casos de depressão e outros problemas é feita por médicos da atenção primária, mas os planos terapêuticos são elaborados em conjunto com especialistas em saúde comportamental de hospitais e instituições especializadas. A integração facilita a transição do paciente por diferentes unidades. Todos os profissionais membros do grupo de cuidado têm acesso a uma central com informações sobre o paciente e sua evolução.



















