Dando continuidade a nossa série de artigos sobre os pontos fundamentais que embasam a Liderança Duradoura, falaremos hoje sobre outros princípios inegociáveis. A INTEGRIDADE, condição que se constrói no decorrer da vida, identifica o líder em sua caminhada. Não há como demonstrá-la em discursos, ou tentar fixá-la em imagem num determinado momento da evolução da liderança. A integridade é construída, vai-se emoldurando em torno da figura do líder, tal qual o trabalho de um escultor que vai criando, pari passu, o molde daquele que pretende esculpir. A integridade fica demonstrada pelas ações, atos e decisões que foram tomadas no decorrer da linha do tempo. Para isso, é preciso passado; anos, talvez, para o reconhecimento desta qualificação em meio aos seus pares. E uma vez fixada, o máximo cuidado para não arranhá-la, sob pena de queda livre no conceito da sociedade onde o líder se movimenta. Só para citar, ressaltando o momento histórico de corrupção endêmica que vive o país, cujos esquemas foram progressivamente denunciados pela Lava Jato, envolvendo políticos, empreiteiros e empresários, as assim chamadas lideranças da sociedade civil, poderemos melhor compreender o que NÃO é integridade. Esta condição, para tais elementos, não fazia parte de seu perfil. O líder íntegro deve mostrar e comprovar clareza naquilo que faz. A integridade, comprovada pelo histórico, elimina a desconfiança nas propostas apresentadas. Seja numa assembleia ou em reunião de Conselhos, tão habituais em nosso meio, a palavra do líder que já adquiriu a couraça da integridade tem mais força, merece maior consideração e acaba conseguindo aprovar as suas propostas.
Outra característica maior que deve fazer coro com as demais já enunciadas é a TRANSPARÊNCIA. Fundamental, a prática e indispensável conduta do líder duradouro. Em todas as manifestações verbais ou escritas, o líder deve demonstrar transparência, bem no sentido do termo, sem enrolações teóricas, definindo o que é e o que não é, mas no foco direto do vidro comum de janela, onde, do outro lado estão os seus comandados (aliados, parceiros, conselheiros, colaboradores). A transparência é somente isso, não há nada a esconder. Seu discurso deve ser claro, conciso, objetivo, sem deixar dúvidas de interpretação. “Poderia ser assim, mas poderia não ser…, isto não está bem explicado…, eu não quis falar na hora, mas… na realidade, não consegui compreender o porquê daquela decisão…” – são observações frequentes que se ouvem, em murmúrios pelos corredores, após encontros em que o líder não explanou a matéria de forma transparente. E é mais comum do que se pensa! Em adendo, portanto, como subprodutos da transparência, acrescentamos a franqueza e a clareza. O líder, em suas manifestações particulares ou coletivas, deve falar sempre de modo claro, olhando direto para os interlocutores, com palavras que sejam bem compreendidas e de maneira franca, que realmente demonstre que nada está escondendo.
Sem transparência total e absoluta dos atos administrativos, financeiros ou políticos, mesmo com a aprovação da maioria, numa assembleia, por exemplo, perde-se o clima de confiança e sempre ficará uma nevoa de suspeição, algo mal explicado, que em breve futuro redundará em perda da liderança.
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