Dois minutos. Esse é o tempo estimado para a plataforma Watson Health analisar todo o histórico médico e, baseado em evidências, indicar possíveis tratamentos para um paciente com câncer. A ferramenta desenvolvida pela IBM utiliza a chamada tecnologia cognitiva, forma mais avançada de Inteligência Artificial. Como um aluno brilhante, o computador é capaz de aprender continuamente a partir das informações que analisa.
A “estreia” do supercomputador aconteceu em 2011, no programa de TV americano Jeopardy, de perguntas e respostas. Na época, o Watson venceu a disputa com campeões (de carne e osso) de edições anteriores. Talvez poucos tenham visto ali uma ferramenta para a saúde, mas foi apenas o começo.
De lá para cá, o Watson passou a ser utilizado e aprimorado por centros de pesquisa e empresas de todo o mundo. Conheça alguns dos usos do Watson na saúde e como eles podem impactar a medicina.
Oncologia
O Watson pode recomendar terapias contra câncer a partir do cruzamento da literatura científica com dados clínicos e genéticos do paciente. A funcionalidade é desenvolvida em parceria com o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York. “O Watson não diz qual é o melhor, mas traz todos os possíveis tratamentos oncológicos e suas evidências científicas, inclusive com grau de risco e efeitos colaterais”, explica Eduardo Cipriani, líder para IBM Watson Health no Brasil.
Além de empoderar para a tomada de decisão, a tecnologia ajuda o profissional a se aproximar do paciente, acredita Cipriani. “Boa parte do tempo do oncologista, hoje, é gasto com trabalho operacional, como coletar informações e relacionar com manuais e protocolos. O Watson auxilia nessa etapa, e o médico tem mais tempo para promover uma maior interação com o paciente”.
Análise do genoma de tumores
O mapeamento genômico de tumores é uma das formas mais avançadas para identificar tratamentos eficazes contra a doença. Quanto mais rápido o resultado, melhor para o paciente, que pode logo iniciar a terapia. Para acelerar esse processo, o Watson vem sendo treinado por centros de medicina diagnóstica, inclusive no Brasil.
“Um cientista leva geralmente três semanas para analisar as informações do sequenciamento e indicar as drogas mais eficientes. O Watson, por sua vez, já realiza esse trabalho em 10 minutos”, afirma Cipriani. A tecnologia é desenvolvida em parceria com o New York Genomics Center. No Brasil, o parceiro da IBM é o grupo Fleury.
Desenvolvimento de novas drogas
Para desenvolver medicamentos, é feita antes uma análise minuciosa de centenas ou milhares de artigos científicos, livros e patentes até que os pesquisadores encontrem possíveis caminhos para o estudo. Essa revisão bibliográfica, que geralmente leva semanas ou meses, já é executada pelo Watson em minutos. A tecnologia cognitiva ajuda os cientistas a identificar rapidamente relações entre genes, proteínas e medicamentos. No Brasil, a ferramenta é testada pela farmacêutica Theraskin.
Leia também:
Inteligência Artifical no diagnóstico
Unimed Vitória aplica novas tecnologias nos cuidados com a saúde das gestantes
5 aplicativos para “treinar” o cérebro
