O modelo de gestão mais comum em organizações de saúde se baseia em uma estrutura verticalizada em torno de lideranças formais, como diretores e gerentes. Mas, e se toda a rede assistencial fosse montada sem hierarquia? Essa é a proposta da Buurtzorg, que revolucionou o modelo de home care na Holanda. A iniciativa foi apresentada durante o Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS), na Feira + Fórum Hospitalar.
Em 2007, a Buurtzorg contava com um time de quatro enfermeiros para cuidado comunitário e em domicílio, trabalhando em conjunto com médicos da família. Hoje, já são 10 mil enfermeiros divididos em 850 times autônomos, atendendo mais de 70 mil pacientes por ano.
A iniciativa surgiu como uma resposta aos desafios do sistema de saúde holandês, entre eles a fragmentação do cuidado, o envelhecimento da população e o aumento dos custos do cuidado sem necessariamente implicar em uma melhoria da qualidade.
Cada time de enfermeiros é livre para organizar o próprio trabalho, e não há gerentes ou chefes na equipe. Para que isso fosse possível, a organização mantém um back office com 50 funcionários dedicados apenas a questões regulatórias e burocráticas. Dessa forma, os profissionais ficam com mais tempo livre para atender e se relacionar com os pacientes.
Cada paciente é atendido sempre pelo mesmo enfermeiro generalista. “Assim ele não será confrontado com diferentes profissionais”, explicou Gertje Van Roessel, diretora internacional da Buurtzorg. Na visita ao paciente, os enfermeiros utilizam tablets para registrar e consultar informações. Uma espécie de Facebook corporativo, com direito a espaço para fotos e comentários, é usado para comunicação entre os profissionais.
Hoje esse modelo horizontal já é aplicado no Reino Unido, Japão, Estados Unidos, Taiwan, Coréia do Sul, China, Suécia e Alemanha.
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