Variantes do SARS-CoV-2 vêm surgindo em diferentes países. As mutações e novas linhagens do vírus são esperadas, mas as que têm grande capacidade de contágio e de gravidade requerem ainda mais vigilância das autoridades sanitárias.
Cálculos do Painel do Coronavírus da Organização Mundial de Saúde (OMS) registravam cerca de 182 milhões de casos confirmados e 4 milhões de mortes no mundo em 2 de julho de 2021.
De olho no comportamento da pandemia, a OMS, em colaboração com instituições como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, adotou algumas nomenclaturas para classificar as variantes do SARS-CoV-2.
As mutações que representavam um risco maior para a saúde pública passaram a receber os nomes de Variantes de Preocupação (VOC, ou variants of concern, em inglês), Variantes de Interesse (VOI, ou variants of interest) e Variantes de Alto Impacto (VOHC, ou variants of high consequence), a fim de priorizar o monitoramento e as pesquisas globais sobre elas.
Características
As variantes de preocupação (VOC) podem atender às seguintes características:
- aumento da transmissibilidade da covid-19;
- aumento da gravidade ou mudança na apresentação clínica da doença;
- diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública ou de diagnósticos, vacinas e terapêuticas disponíveis.
As variantes de interesse (VOI) têm os possíveis atributos:
- apresentam múltiplos casos;
- foram detectadas em vários países;
- têm marcadores genéticos específicos que podem afetar a transmissão, o diagnóstico, a terapêutica ou o escape imunológico.
As variantes de alto impacto (VOHC) apresentam as possíveis consequências:
- falha de diagnóstico;
- eficácia das vacinas significativamente reduzida;
- resposta inadequada ao tratamento;
- maior potencial de gravidade e maior número de hospitalizações.
Alfabeto grego para novas cepas
Em maio de 2021, a OMS propôs novos rótulos para as cepas do SARS-CoV-2. As nomenclaturas não substituem os termos científicos. O objetivo é simplificar a comunicação com o público e evitar que o vírus ganhe o apelido de seu lugar de origem, possivelmente gerando estigma e discriminação.
Dentro da divisão das variantes (VOI, VOC e VOHC), o órgão de saúde propôs seguir o alfabeto grego conforme novas cepas sejam identificadas. Até agora, não existem variantes do coronavírus de alta consequência.