Ambas as vacinas são uma conquista para o setor de saúde. Elas podem ajudar no controle da disseminação do vírus e reduzir as chances de desenvolvimento de quadros graves de Covid-19, destaca José Cerbino Neto, chefe do Laboratório de Pesquisa em Imunização e Vigilância em Saúde (LIVS) do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino – IDOR.
“É importante ressaltar que as vacinas são seguras, reduzem a chance de qualquer manifestação clínica do coronavírus e reduzem com muita intensidade a chance de contaminação”, afirma o especialista.
Cerbino alerta, contudo, que é preciso ainda estudar os efeitos dos imunizantes, especialmente a sua eficácia em relação a mutações do coronavírus. “No momento, as vacinas são de uso emergencial, e a comunidade científica observará as variantes que existirão”, aponta.
Diferenças entre as vacinas brasileiras
Vários tipos diferentes de vacinas potenciais para Covid-19 estão em desenvolvimento, incluindo:
- Vacinas de vírus inativados ou “enfraquecido”: o vírus é inativado ou “enfraquecido”, de modo que não causa o desenvolvimento da doença, mas ainda gera uma resposta imune.
- Vacinas baseadas em proteínas, que usam fragmentos inofensivos de proteínas que imitam o vírus Covid-19 para gerar com segurança uma resposta imune.
- Vacinas de vetor viral, que usam um vírus que foi geneticamente modificado para não causar doenças, mas produz proteínas de coronavírus para gerar com segurança uma resposta imunológica.
- Vacinas de RNA e DNA: são vacinas que possuem RNA ou DNA geneticamente modificado para gerar uma proteína que, por si só, promete uma resposta imunológica com segurança.
Da tecnologia utilizada até os tipos de efeitos adversos, cada uma das vacinas aprovadas para uso emergencial no Brasil conta com características próprias.
Confira abaixo as principais diferenças entre a CoronaVac e a vacina de Oxford e o que ambas têm em comum.
CoronaVac | Vacina de Oxford | |
Laboratório responsável | SinoVac | AstraZeneca |
Parceiro no Brasil | Instituto Butantan | Fiocruz |
Teste clínicos realizados no Brasil | Sim | Sim |
Faixa etária dos participantes do estudo | 18 a 59 anos | 18 a 69 anos |
Público que participou do teste | Profissionais de saúde e outros profissionais que trabalham em hospitais | Profissionais de saúde e outros profissionais que trabalham em hospitais |
Tecnologia utilizada para a produção da vacina | Vírus inativado | Vetor viral Vetor Recombinante |
Eficácia geral | 50,38% | 70% |
Temperatura de armazenamento | 2°C a 8°C e deve ser protegida da luz Validade de 12 meses a partir da data de fabricação. |
2º a 8ºC e deve ser protegida da luz. Validade de 6 meses a partir da data de fabricação. |
Número de doses | 2 doses de 0,5ml | 2 doses de 0,5ml |
Intervalo entre as doses | 2 a 4 semanas | 4 a 12 semanas |
Reação comum | 10% dos pacientes podem apresentar dor no local da aplicação; 1% a 10% podem apresentar cansaço, febre, dor no corpo, diarreia, náusea, dor de cabeça. |
Vermelhidão, inchaço ou dor ao redor do local da injeção. Fadiga, febre, dor de cabeça e dores nos membros, tontura, vômito, endurecimento e vermelhidão no local da injeção. As reações de vacinação foram menos frequentes e mais suaves em indivíduos mais velhos. |
Reação incomum | 0,1% a 1% podem apresentar: vômitos, dor abdominal inferior, distensão abdominal, tonturas, tosse, perda de apetite, reação alérgica, pressão arterial elevada, hipersensibilidade alérgica ou imediata. Local da aplicação: coloração anormal, inchaço, coceira, vermelhidão, diminuição da sensibilidade, endurecimento. |
Choques alérgicos (casos isolados), dor abdominal, redução do apetite, hiperidrose e erupção cutânea. |
Observações | Quem fez uso de imunoglobulina humana deve ser vacinado com, pelo menos, um mês de intervalo, de forma a não interferir na resposta imunológica. A vacinação deve ser avaliada com atenção caso você seja portador de desordens neurológicas em atividade. Deve ser administrada com precaução caso você o paciente tenha história de trombocitopenia ou coagulopatias, uma vez que podem ocorrer hemorragias após a aplicação intramuscular. Não há resultados de estudos conduzidos com a vacina na população pediátrica, então deve ser administrada e sob a orientação do pediatra. |
A tecnologia da vacina de Oxford também é usada na vacina Sputnik 5 (Gamaleya) e na Janssen-Cilag (Johnson & Johnson). A eficácia da vacina não foi estudada na população pediátrica. |