A retomada do crescimento econômico vem acontecendo, ainda que de forma mais lenta do que o esperado. Com isso, alguns setores da economia também ensaiam retomar o rumo positivo – como o mercado imobiliário. Ainda que este movimento esteja se dando aos poucos, é preciso ficar atento desde já.
“Os preços caíram nos últimos três anos, mostrando mais recentemente uma leve reversão. Isso indica que já chegamos ao fundo do poço e, a partir daqui, começaremos uma nova fase de ajustes para cima”, avalia o economista e presidente da Rede Imobiliária Secovi, Nelson Parisi Junior.
Essa é uma ótima notícia para quem investe em imóveis e fundos imobiliários. No entanto, empreendedores – caso de donos de clínicas e consultórios – devem ficar em estado de alerta.
Isso porque a retomada da economia deve vir de um aumento da capacidade produtiva. Com isso, é provável que firmas, comerciantes e afins procurem espaços para aumentar sua produção – seja para crescer ou, pelo menos, retornar ao nível de atividade anterior à crise.
“Quando há novos negócios surgindo e a economia está aquecida, imóveis comerciais, como conjuntos, salas e lojas são mais procurados e têm seu preço mais afetado”, comenta Luciana Maia Campos Machado, coordenadora dos cursos de graduação em Administração, Processos Gerenciais e Gestão Financeira da Faculdade Fipecafi.

Como isso impacta o caixa de consultórios e clínicas?
Os gestores de consultórios e clínicas que usam um espaço alugado podem sentir essa movimentação do mercado como um duro golpe no bolso, visto que o aluguel é uma despesa fixa representativa. Isso encareceria o custo de operação, o que, por sua vez, pressionaria o preço ofertado ao paciente – causando até mesmo uma redução na demanda.
“Nesses casos, se o objetivo for reduzir o repasse aos preços, minimizando os impactos sobre a demanda, uma alternativa interessante seria tentar reduzir os custos através da divisão de locação, compartilhando o consultório com um colega por turnos e evitando ociosidade do espaço. Assim, os custos fixos diminuiriam de forma mais efetiva, evitando o grande impacto dos repasses aos preços”, recomenda a professora de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Juliana Inhasz.
Janela de oportunidade
Para quem deseja expandir a clínica ou consultório, alugar um novo espaço ou renegociar o aluguel do local atual, o ideal é planejar isso desde já. Isso porque a retomada do mercado imobiliário é algo no horizonte, mas ainda não começou a acontecer de forma intensa. O mais interessante é garantir bons contratos agora, com o objetivo de escapar dos aumentos que devem acontecer em um futuro próximo.
O Índice FipeZap Comercial – que acompanha o preço médio de conjuntos e salas comerciais – registrou queda nominal de 3,51%, no acumulado do último ano, no preço de locação de conjuntos e salas comerciais com até 200 m². Médicos e profissionais de saúde que alugam imóvel para seu consultório ou clínica têm neste cenário uma oportunidade.
“Com o preço de locação caindo, podemos inferir que há excesso de oferta ou baixa demanda no mercado. Aqueles que desejam alugar um imóvel podem ter neste momento uma boa janela de oportunidade, enquanto aqueles que já possuem contrato firmado podem tentar uma negociação”, finaliza Machado.
 
	    	 
		    

















