O fato de o 13º salário chegar tão perto de épocas que convidam ao consumismo, como Black Friday e Natal, é motivo para redobrar o alerta – do contrário, você pode desperdiçar um dinheiro muito importante para cuidar do seu futuro.
“Não importa o quanto você ganha, as tentações de gastar são muito grandes. Nós somos bombardeados a todo momento para consumir”, afirma o professor de de Gestão e Finanças da IBE conveniada FGV, Diego Barbieri.
Existem diversas formas de usar bem a primeira parcela do 13º salário. Se você está endividado, por exemplo, considere utilizá-lo para quitar seus débitos. “Uso planejado com foco no pagamento de dívidas pode ser uma boa ideia, além de reservar uma parte para as contas de janeiro, como IPVA e IPTU”, indica o professor de Economia da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), Joelson Sampaio.
Caso essas questões já estejam resolvidas, por que não investir esse dinheiro pensando no futuro?
Como investir o 13º salário para um futuro mais tranquilo
O segredo para fugir do consumismo e dos estímulos às compras tão típicos do final do ano está no mindset: você prefere se entregar aos prazeres do consumo momentâneo – que pode trazer grandes arrependimentos – ou pensar em uma vida tranquila lá na frente?
Imagine-se no futuro de maneira vívida para facilitar este exercício e, então, planejar a aposentadoria. “Ter tudo na ponta do lápis ajuda muito no controle financeiro”, ensina Sampaio.
“As pessoas devem encarar o 13º salário como um dinheiro extra, e não contar com ele para as compras. A gente nunca sabe o que vai acontecer no dia de amanhã e ele tem essa função de auxílio. Por isso, eu penso que ele deve ser guardado e investido para o futuro”, reitera Barbieri.
Desta forma, procure aplicações indicadas para o longo prazo. Algumas opções são:
- Tesouro Direto (IPCA+)
- Ações
- Fundos de ações (incluindo ETFs)
- Previdência Privada
“Diversificação é a palavra. Procure sempre investimentos de renda fixa (Tesouro Direto, fundos de renda fixa e outros fundos de investimento, CDB, LCI etc.) e renda variável (fundos de ações, multimercado e afins)”, indica Sampaio. Para manter seu dinheiro seguro, o professor recomenda aplicar 70% do montante em renda fixa.
Outra dica é ficar de olho nas taxas que, quando altas demais, podem comprometer a rentabilidade. De acordo com um levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), por exemplo, um fundo de renda fixa perde para a poupança em rentabilidade quando sua taxa de administração é superior a 1% em diversos casos.
“Se você for usar o tesouro direto, procure corretoras independentes e lembre-se de ter um bom planejamento financeiro em longo prazo, que inclua aposentadoria e uma reserva de emergência”, finaliza Barbieri.