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Home COVID-19

Sobre vacinas

Gonzalo Vecina por Gonzalo Vecina
9 de dezembro de 2020
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Sobre vacinas

Sobre vacinas

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Tempo de leitura: 8 minutos(Atualizado em: 10 de dezembro de 2020)

Como se sabe existem cerca de 200 candidatas a vacina contra o COVID-19, em diversas fases de testes pré-clínicos e clínicos. A grande maioria delas não passa pelo Brasil, mas existem algumas que estão em negociação e poderão ser utilizadas aqui. E não é porque os produtores são bonzinhos, mas porque nosso país é um belo mercado. Parte da população é pobre e sem acesso, mas descontados estes, sobra ainda uma Alemanha de consumidores, e para os outros existe o SUS, o maior sistema de saúde universal com financiamento público. E tem o PNI – Programa Nacional de Imunização – que hoje tem capacidade de distribuir cerca de 300 milhões de doses de vacinas todos os anos. Boa parte delas é fabricada por duas instituições centenárias e públicas – a FIOCRUZ e o BUTANTÃ.

A partir disso, o olhar deve ser focado nas vacinas mais prováveis de serem utilizadas no Brasil, e o critério de análise deve ser se foram testadas no Brasil ou se tem algum tipo de contrato de fornecimento. Assim, apresenta-se a seguir um resumo sobre cada uma das que estão de alguma forma relacionadas com o Brasil.

CORONAVAC – produzida por Sinopharm – uma empresa privada de biotecnologia chinesa, utiliza a plataforma/tecnologia do vírus inativado. Esta é uma maneira bastante conhecida de produzir vacinas, e existem muitas que hoje utilizam essa tecnologia (sarampo, pólio – Salk). Do ponto de vista da segurança, é a candidata a ser a mais segura de todas. Passou muito bem nas fases clínicas 1 e 2 com segurança e eficácia. E está se saindo bem na fase 3, embora seus dados somente serão conhecidos a partir da abertura dos protocolos. 

A comunidade científica reconhece sua segurança, mas desconfia de sua capacidade de produzir uma imunidade de longa duração. A Coronavac está realizando parte de sua fase 3 no Brasil com cerca de 13 mil voluntários sob coordenação do Butantã. Sua conservação é realizada a uma temperatura de 2 °C a 8 °C. Tem um acordo de fornecimento de 46 milhões de doses a serem entregues pela China e a seguir terá uma fase de envase no Butantã com mais 60 milhões de doses e na sequência poderá ser fabricada no país por meio de transferência de tecnologia. Pode ser que no segundo semestre de 2021 um lote de 100 milhões de doses seja produzido aqui. 

Seu preço está estimado em cerca de U$ 10 por dose e serão necessárias duas doses para imunizar. Problema – o governo federal, que havia se comprometido em comprá-la, voltou atrás devido a uma escaramuça política entre o governador Doria e o presidente Bolsonaro. A Anvisa está realizando a inspeção na fábrica chinesa e deverá opinar sobre o registro muito em breve. Existe grande expectativa, sendo que o governador inclusive anunciou que poderá usar o imunizante sem a aprovação da Anvisa, o que seria um rompimento gravíssimo com o arranjo legal existente no país.

SHADOX1 NCOVAC-19 – Produzida pela multinacional AstraZeneca, a partir de pesquisa desenvolvida pela Universidade de Oxford na Inglaterra. Utiliza a plataforma/tecnologia de vetor viral – uma parte do SARS-CoV-2 é envolto em um vírus DNA de macaco, também chamado de cavalo de troia. É uma tecnologia nova e foi usada para produzir a vacina contra o Ebola da empresa Janssen. Está sendo testada no Brasil em cerca de 10 mil voluntários por meio de um acordo que envolve a Fiocruz, com a qual também foi assinado um acordo de transferência de tecnologia. Passou bem nas fases 1 e 2, e na fase 3 teve um incidente que foi afastado como possível evento adverso. Deveria terminar agora sua fase 3 e, como é uma vacina a ser administrada em duas doses, ocorreu por razões ainda não suficientemente esclarecidas, que uma parte dos voluntários recebeu na primeira aplicação apenas meia dose da vacina. E, como resultado, houve uma resposta imunológica melhor. Uma boa notícia trazida por uma péssima notícia. Como pode dentro do rigor de uma pesquisa de um imunizante se cometer esse erro primário de administrar meia dose? Como fica a segurança de toda a pesquisa? Enfim são aguardadas explicações e mais transparência da AstraZeneca. 

A vacina de Oxford deve ser conservada entre 2°C e 8°C e, apesar desse imbróglio das doses, ela tem tido excelentes resultados nas duas fases já abertas – 1 e 2 – cujos dados foram publicados. O acordo com a Fiocruz envolve a entrega de um lote inicial de cerca de 40 milhões de doses e o envase de outras 40 milhões no Brasil. A partir daí a produção será local com lote de cerca de 100 milhões de doses. Seu preço deverá ser de cerca de U$ 3 por dose.

BTN162b2 – produzida por um consórcio que envolve a multinacional PFIZER, uma empresa alemã – a Biontech (que foi quem desenvolveu a vacina) – e uma empresa chinesa, a Fosun Pharma. É uma tecnologia disruptiva cuja base foi descoberta há 30 anos e ainda não tinha sido testada. A Biontech tentava usá-la no tratamento de câncer quando resolveu dirigir a pesquisa para uma vacina. Em um envoltório lipídico é introduzido no organismo um trecho de mRNA que penetra na célula e comanda as mitocôndrias a produzirem a proteína que expressa a espícula do vírus, que quando liberada estimula a resposta imune por parte do corpo. Essa resposta imune tem sido muito boa e foi testada dos 16 aos 80 anos. A vacinação de indivíduos mais idosos é considerada difícil, mas neste caso a resposta tem sido boa. As taxas de sucesso têm sido muito surpreendentes. A vacina da Pfizer realiza parte de sua fase 3 no Brasil, testando cerca de 2 mil voluntários. Para produzir seu efeito imunizante necessita de duas doses. O grande problema desta solução é que precisa de armazenamento a -80°C e esta temperatura somente é alcançada em freezers de pesquisa que em lugar nenhum do mundo estão disponíveis. Mas a farmacêutica desenvolveu um container de isopor que com substituição do gelo seco pode transportar a vacina por 15 dias e após isso ela pode ficar a 2°C a 8°C por até 5 dias quando deve ser usada. Seu preço tem sido anunciado em torno de U$ 19,5. 

Sobre vacinas
Sobre vacinas

Notícia de 29 de novembro informa que o governo britânico por meio de sua agência reguladora deverá emitir o registro da vacina e ela poderá ser usada em campanha de vacinação que poderá ser iniciada em 7 de dezembro!

mRNA-1273 – Produzida pela Moderna/Niaid utiliza a mesma tecnologia da vacina da Pfizer, somente muda no que respeita à conservação que exige módicos -20°C e poderá ser conservada por até 30 dias entre 2°C e 8°C. Tem, como a anterior, exibido excelentes resultados em sua fase 3. Deve ser aplicada em duas doses. Seu preço é U$25.

SPUTINIK V – vacina de vetor viral a ser aplicada em duas doses, que diferentemente das demais desta categoria tem diferentes trechos de vírus em cada dose. Produzida por um grande laboratório estatal russo – o Instituto Gamaleya, que é bastante conhecido e apoiado por um investidor que se apresenta como Fundo Russo de Investimento Direto. Não está fazendo seus testes no Brasil, mas se apresentou e realizou acordos de fornecimento com os estados do Paraná e da Bahia, além de acordo de transferência de tecnologia e produção local com o laboratório brasileiro União Química que não tem tradição na área de biotecnologia.

Esta vacina tem tido uma aura um pouco fantasiosa. Devido ao envolvimento do estado russo há falta de publicações acerca dos dados obtidos pela pesquisa. A partir da descrença aos dados de fase 1 e 2 com poucos voluntários foram publicados na Lancet. Sua conservação se dá entre 2°C e 8°C e seu preço tem sido anunciado em U$10.

VAC31518COV3001 – desenvolvida pela empresa Janssen, braço da Johnson&Johnson, esta vacina utiliza a tecnologia do vetor viral e está fazendo parte de seus testes de fase 3 no Brasil com cerca de 7 mil voluntários. Não tem acordo de venda com o Brasil e não divulgou dados de preço. Deve ser conservada de 2°C a 8°C.

Existem outras vacinas adiantadas em desenvolvimento na China – com vírus inativado da empresa Sinopharm e com vetor viral na empresa CanSino. E ainda existe uma outra base tecnológica de desenvolvimento de vacina que utiliza uma subunidade protéica do vírus que quando introduzida no corpo desenvolve resposta imunológica e está sendo desenvolvida pela empresa americana Novavax, em duas doses. É uma tecnologia já, hoje, utilizada na vacina do HPV. A Índia desenvolve uma vacina de vírus inativado na empresa Bharat Biotech. E também outras grandes farmacêuticas como Sanofi/GSK e a Merck estão com seus produtos bem avançados. Há notícias de duas vacinas em desenvolvimento em Cuba e de desenvolvimento de uma vacina em outro laboratório estatal russo chamado Vetor. Enfim, é um grande esforço mundial para conseguir livrar o mundo dessa peste.

Todas essas vacinas têm apresentado contratos de fornecimento milionários em todo o mundo. Com certeza os números mais impactantes vêm dos contratos com EUA e União Europeia – sempre 200 a 400 milhões de doses de cada vacina. E ainda existe o Consórcio organizado pela OMS, o COVAX FACILITY, que deverá permitir o acesso a cerca de 9 vacinas em desenvolvimento e acompanhadas pela OMS. Este consórcio busca garantir a todos os países que o assinarem uma forma de acesso a vacinas no menor tempo possível. Ainda não se sabe em detalhes como de fato funcionará, mas o Brasil é um dos signatários desse acordo, tendo reservado o acesso a 40 milhões de doses. Vale a pena destacar que os preços acima informados são aqueles que deverão ser praticados para países desenvolvidos. Os diferentes fabricantes informam que terão três preços diferentes para países de baixa, média e alta renda.

Riscos e ordem de vacinação

Muito se discutiu sobre a segurança dessas vacinas desenvolvidas tão rapidamente. Mas o fato é que desde o primeiro episódio de uma epidemia de SARS-COV em 2003 se busca uma vacina para essa família do Coronavírus, que com alguma frequência ressurge, como em 2012 com a MERS no Oriente Médio. Assim, existe um consenso que sim, se está agilizando, mas que não existem riscos desnecessários.

E aí vem o capítulo – tem vacina…. quem vacinar?

Várias propostas têm sido discutidas no mundo. Parece ser um consenso começar pelos profissionais de saúde, a seguir idosos e portadores de comorbidades, trabalhadores do ensino (não se pode mais postergar a volta às aulas), trabalhadores de setores críticos que não podem parar, como frigoríficos, trabalhadores do transporte coletivo, da segurança pública e de presídios, das Instituições de Longa Permanência de Idosos, além de populações de alto risco como indígenas e quilombolas e pessoas em situação de rua.

A ordem de vacinação deve ser discutida com a sociedade e se deverá, então, fazer o levantamento de dados sobre estas populações. Dada uma quantidade insuficiente de vacinas será preciso criar um cronograma de vacinação que deverá ser cuidadoso, pois necessariamente se trabalhará com mais de uma vacina e todas as que teremos acesso deverão ter duas doses. Será uma operação complexa e cuidadosa para evitar falhas cujas consequências não são conhecidas – troca de tipo de vacina na segunda dose por exemplo, eventos raros que ganham expressão em grandes números, etc.

Sobretudo, se existir um bom plano, o Judiciário deverá se abster de judicializar. Mas aí deverá ter um bom consenso construído no SUS a partir do Governo Federal – este é um ponto crítico: a necessidade de existência de governo.

Mais alguns pontos para fechar:

1 – Existem muitas discussões sobre a capacidade das diferentes vacinas produzirem uma imunidade tecidual importante, ao lado da sorológica. E também sobre quão duradoura será essa imunidade. Sempre olhando à luz da queda de anticorpos que pacientes tiveram após ter a doença. A imunidade conferida por vacinas se comportará como a conferida por quem teve a doença e ocorrerá essa queda de anticorpos também? Respostas que somente chegarão com o tempo.

2 – Como fica cada vez mais complexa a questão que envolve a reinfecção? Pode ocorrer? Como funcionará a proteção conferida por vacinas? Cerca de 10% dos pacientes mantêm o vírus na orofaringe por um longo tempo após já não ter mais sintomas e esses vírus, com alguma frequência, em cultura continuam viáveis, mas, aparentemente, são pouco infectantes. Que significado tem esse fenômeno? 

Enfim, apesar das dúvidas, existe luz no fim do túnel, mas o fim do túnel tem se deslocado para mais longe. Em particular, devido às inseguranças geradas pelos transtornos criados pela ausência de lideranças firmes e pelo mau uso político das oportunidades de usar melhor a estratégia de vacinação, para encontrar uma melhor alternativa de administrar essa pandemia. Falta ouvir a voz dos cientistas e da sociedade.

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Gonzalo Vecina

Gonzalo Vecina

Médico formado na FM Jundiaí em 1977, mestre em Administração pela EAESP/FGV em 1986. Professor assistente da FSP/USP desde 1988. Fundador e presidente da Anvisa de 1999 até 2003. Secretário municipal de Saúde de São Paulo em 2003/2004. CEO do Hospital Sírio-Libanês de 09/2007 até 01/2016. Atualmente, dedica-se a atividades docentes na USP, no mestrado profissional da FGV e participa de alguns conselhos – Conselho Consultivo da Cristália, do Horas da Vida, da Fundação Faculdade de Medicina da USP, Conselho da Fundação José Luiz Egydio Setúbal. Coautor, com Ana Malik, do livro Gestão em Saúde, da editora GEN, já na segunda edição. Participa de palestras e consultorias sobre gestão em saúde e P&D&I.

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(Atualizado em: 29 de maio de 2020)

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