As redes sociais têm um grande papel na divulgação de um negócio, afinal, aproxima os profissionais de seus clientes de maneira ímpar. Não seria diferente com médicos, que podem alcançar seus pacientes e participar de seu dia a dia como nunca puderam antes.
Por isso, usar uma boa estratégia de divulgação é fundamental. No entanto, ela precisa estar alinhada às diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM), descritas tanto no Código de Ética Médica (CEM) quanto nas Resoluções 1.974/11 e 2.133/2015.
“A maneira mais adequada de usar as redes sociais é seguir o que está previsto nas resoluções”, resume Fernando Maia Vinagre, corregedor do CFM.
Cuidados para tomar nas redes sociais
A essência das normas que constam tanto no CEM quanto nas resoluções é evitar o mercantilismo, a autopromoção e enganar o público na prática da atividade médica. Por isso, os vetos estabelecidos giram em torno dessa questão.
“Alguns exemplos de autopromoção são afirmar que você é o melhor da região, o único que realiza determinado procedimento ou possui algum aparelho estético que promove resultados milagrosos”, comenta Vinagre
Há, ainda outros vetos mais expressivos, como anúncios de técnicas não validadas cientificamente, a utilização de fotos do antes e depois em pacientes como forma de divulgar técnica, método ou resultado de tratamento, mesmo com autorização expressa do mesmo.
“É importante ressaltar que as selfies, imagens e áudios não podem ser feitos em situações de trabalho e atendimento, visto que segundo o CFM essa limitação protege a privacidade e o anonimato inerentes ao ato médico”, acrescenta diz Adriane Zimmermann Küster, advogada e gestora da área de Saúde e Direito Médico do escritório Küster Machado Advogados.
O CEM também é taxativo ao proibir a divulgação de assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico. Realizar consultas à distância por meio desses canais também é vetado.
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O que pode ser feito nas redes sociais
Quando se toma esses cuidados e, principalmente, se tem em vista que as redes sociais podem ser usadas para alcançar os pacientes, mas sem a mercantilização do exercício profissional, é mais fácil encontrar um norte para seu bom uso.
Por isso, até mesmo o impulsionamento de posts e uso dos Stories do Instagram é liberado, desde que com esse cuidado.
O médico também deve incluir seu nome, CRM, título de especialista – caso esteja registrado no Conselho – e estado onde exerce a profissão e está inscrito no Conselho, podendo incluir seu email, telefone e outras formas de contato.
“Não expondo os pacientes, promovendo resultados, sensacionalismo e outros cuidados previstos, pode fazer sua divulgação sem nenhum problema”, afirma Vinagre.
O profissional também pode postar conteúdos relevantes a respeito de sua especialidade – e somente dela –, assim como elucidar dúvidas frequentes dos pacientes. O cuidado deve ser em sempre adicionar, seja no post ou no anúncio, o nome número de inscrição no Conselho Regional de Medicina, especialidade, número do registro e qualificação de especialista.
“Os limites já foram mencionados acima, sempre com finalidade educativa, incentivando e informando sobre a prevenção de doenças, sem que haja qualquer cunho mercantilista e sensacionalista”, reitera Küster.
Na dúvida, vale sempre consultar as resoluções supracitadas e recorrer ao bom senso. Para ver os cuidados a serem tomados com o WhatsApp, clique aqui.