Digitar informações sobre os pacientes em prontuários eletrônicos parece levar muito tempo, não é mesmo? Mas, segundo uma pesquisa publicada no Journal of Informatics in Health and Biomedicine, essa modalidade é mais rápida e segura do que fazer o preenchimento por voz.
Os prontuários eletrônicos são cada vez mais populares e necessários em hospitais e clínicas pelo mundo todo. O formato além de garantir mais exatidão dos registros, em relação aos antigos prontuários de papel, também facilita o histórico do paciente.
No entanto, a documentação eletrônica é frequentemente associada ao aumento de tempo para inclusão de dados no prontuário. Então, sistemas de reconhecimento de voz começaram a ser vistos como uma solução alternativa ao uso do teclado e mouse.
Para tirar a dúvida se, de fato, essa seria uma opção mais rápida e segura, pesquisadores do Centro de Informática na Saúde da Universidade de Macquarie, na Austrália, fizeram testes com 35 médicos de plantão em três prontos-socorros na cidade de Sidney.
Todos se autodenominavam como profissionais sêniores, já tinham treinamento prévio do software utilizado e deveriam fazer registros simples ou complexos nos prontuários.
Entre os pontos analisados estavam eficiência (que calculava o tempo para execução da tarefa), segurança (controle de erros do preenchimento), também a influência da complexidade da tarefa e possíveis interrupções.
Cada médico realizou oito tarefas documentando dados de pacientes simulados. Entre as atividades estavam atribuição, avaliação, diagnóstico, ordens e alta do paciente. As tarefas foram escolhidas em consulta com médicos sêniores, que ainda não haviam participado dos testes.
Tira-teima
A pesquisa revelou que as tarefas simples foram 16,95% mais lentas e as atividades complexas foram 18,4% mais demoradas ao serem feitas pelo preenchimento por voz.
Para a análise de erros, foram criadas três subcategorias, com dois revisores, para mensurar o nível do erro e com relação às informações distorcidas afetavam a segurança dos dados.
Erros tipográficos simples, como a falta de espaços ou da letra maiúscula, foram tratados como uma categoria simples, pois não tinham potencial para danos às informações.
O número de erros para prontuários simples digitados foi de 32 e nos casos de inserção por voz foram apresentados 138 erros. Em prontuários mais complexos, os números foram 23 e 63, respectivamente.
O estudo usou uma versão popular e padronizada de um sistema de registro clínico para hospitais. No entanto, o desempenho poderia ser diferente se fosse utilizado outros sistemas de inclusão de dados (digital ou por voz).
Vale ressaltar que o desempenho do preenchimento por voz pode ser afetado por fatores externos, como qualidade do microfone, nível de ruído de fundo e sotaque do usuário.
O estudo completo está disponível online.