Para quem busca empréstimos altos com juros mais baixos do que a média do mercado e prazo longo para pagamento, o empréstimo com garantia de imóvel pode ser uma boa opção. Como em qualquer tomada de crédito, entretanto, é preciso ficar atento aos detalhes para não dar um passo em falso e complicar ainda mais a vida financeira. Nesse texto, você entende o que é, as principais vantagens e riscos do home equity. Confira.
O que é o home equity
Ainda pouco conhecido no Brasil, o empréstimo com garantia de imóvel vem aos poucos ganhando espaço. “Com a tendência de queda nas taxas de juros brasileiras, bem como nos índices de inflação, essa modalidade de crédito vem se tornando mais viável, tanto para os bancos quanto para as clientes”, opina o especialista em educação financeira Uesley Lima.
No home equity, o tomador deixa o seu imóvel como garantia do negócio e, por contar com uma grande segurança em caso de inadimplência, a instituição financeira consegue oferecer juros menores. Nelson Bueno Oliveira, docente do curso de administração da Anhanguera de Jundiaí, explica que, na verdade, esse empréstimo é um refinanciamento do imóvel que o devedor já possui.
A diferença entre essa modalidade e a hipoteca fica por conta da alienação fiduciária, presente na primeira. “Quando há alienação fiduciária, até a quitação da dívida, a pessoa transfere seu bem imóvel à instituição financeira, porém permanece com a posse e uso do imóvel, devendo cumprir pontualmente com o pagamento das parcelas do empréstimo”, explica Oliveira.
Principais vantagens envolvidas
A principal vantagem do home equity vem, necessariamente, das taxas de juros praticadas. No Banco Sofisa, por exemplo, elas estão na média de 1,39% ao mês e no Santander entre 1,22% e 1,39%. Para fazer uma comparação, a média cobrada no crédito pessoal está em 3,35% ao mês e no consignado em 2,03%.
Outros diferenciais são os prazos mais longos para pagamento, que costumam variar de 1 a 20 anos, e os valores mais altos dos empréstimos, que atingem milhões (limitados a 50% ou 60% do valor do imóvel). “O imóvel de garantia normalmente precisa ser próprio, mas, dependendo da instituição financeira, pode até ser de um terceiro, como se ele fosse um fiador”, explica Lima.
Principais riscos envolvidos
O principal risco envolvido nesse crédito é o da perda do imóvel. Mas esse não é o único: o prazo longo para pagamento e valores altos do empréstimo também podem comprometer seriamente as finanças se não forem planejados.
“O consumidor deve estar consciente de que irá comprometer o imóvel que possui com uma dívida de longo prazo. Assim, ele deve reunir a família, estudar seu orçamento doméstico e avaliar a sua efetiva capacidade de pagamento, de forma realista”, orienta Oliveira.
Além de garantir que a parcela caiba no seu bolso, é preciso ficar de olho nas condições e no total pago na operação. Uma dica é ficar de olho no Custo Efetivo Total, que reúne todos os valores a serem pagos.
Para quem pode ser uma boa?
O home equity pode ser uma boa opção para quem tem um volume alto de dívidas caras, como de cheque especial e cartão de crédito, e deseja “trocá-las” por outra mais barata. Outra utilização interessante é para quem precisa de valores mais altos de empréstimo para um projeto bem definido – por exemplo, empreender ou expandir o negócio. “Para isso, entretanto, é preciso estar bem amparado em um adequado plano de negócios, com perspectiva promissora”, conclui o professor da Anhanguera.