Na última década, o empoderamento do paciente ganhou uma força, principalmente com o avanço da tecnologia, que permite que aplicativos cada vez mais precisos e práticos possam auxiliar as pessoas a cuidarem da sua própria saúde.
Do outro lado dessa relação está a indústria farmacêutica. Desde que surgiu a Lei dos Genéricos, em 1999, a indústria viu a necessidade de se comunicar melhor com os pacientes, que até então eram tratados como agentes passivos dentro da cadeia.
“Desde então, são idealizadas políticas de descontos pelas farmacêuticas, e apoio aos PDVs, que são pontos de vendas, locais onde os pacientes tomam a maioria das suas decisões na hora de adquirir determinado medicamento”, contou Jimmy Cygler, CEO da Proxismed, empresa de relacionamento omnichannel em saúde, durante apresentação na HIMSS@Hospitalar, em São Paulo.
De acordo com Cygler, a indústria farmacêutica deve participar do processo de decisão do consumidor. “Indivíduos bem informados optam por melhores decisões que favorecem sua saúde, além dos aspectos sociais e financeiros.”
Para Maurício Affonso, advisory board member da Vaica Medical, empresa que desenvolve soluções para a adesão a tratamentos, o comportamento do paciente é o ponto-chave para melhorar a aceitação de determinado produto. “Combinar diversos métodos de controle de adesão melhora os resultados, e as tecnologias estão disponíveis para isso.”
Experiências internacionais
Nick Guidemond, professor de Cuidado Integrado e Tecnologia da Erasmus University, apresentou na HIMSS@Hospitalar um sistema de fluxo do paciente dentro do hospital. O próprio paciente faz o check-in em um quiosque (espécie de caixa eletrônico) e tem acesso à consulta marcada, nome e especialidade do médico, horário e local onde será a consulta. “O paciente é avisado quando será atendido e, nesse caso, ele pode aguardar na recepção do consultório ou ir tomar um café se for demorar muito tempo”, explicou.
Outra experiência interessante são os Biobancos, estruturas de armazenamento de diversos tipos de amostras, sejam de sangue, tecidos, etc., com o objetivo de desenvolver pesquisas no longo prazo para identificar as origens de determinadas doenças ou distúrbios. Bart Scheerder, managing consultant do biobanco BiKE UMCG, apresentou estudo holandês durante palestra, que identificou fatores de risco para doenças do coração e do pulmão em uma população de 8.000 pessoas em dois vilarejos de uma cidade holandesa.
Outro estudo, ainda em desenvolvimento, pretende identificar marcadores de doenças crônicas no futuro, entre elas doenças intestinais, cardíacas, pulmonares e hereditárias. “O design do projeto foi desenvolvido para três gerações. Analisamos desde o nascimento até o envelhecimento, convidando pais, filhos e avós. A cada cinco anos, eles voltam à clínica e estudamos o comportamento da saúde desses indivíduos.”
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