Melhorar continuamente a qualidade e reduzir custos pode parecer algo contraditório, mas é justamente o que propõe a filosofia Lean. Com origem no chamado “Sistema Toyota de Produção”, essa linha de pensamento hoje é usada não apenas na indústria automobilística, mas também nos mais diversos setores, inclusive na saúde.
O Lean tem como objetivos fundamentais gerar valor para o cliente, eliminar desperdício e resolver problemas sistematicamente. Nesse processo, é necessário o engajamento de todos os profissionais, dos gestores aos profissionais que atuam em contato direto com o paciente.
Veja abaixo 4 princípios do Lean que são úteis para a gestão em saúde:
1 – Melhoria da base para o topo
Mesmo que aparentemente bons, os processos precisam ser continuamente aprimorados. A mudança, contudo, não deve partir “de cima para baixo”, do gestor para a base, e sim o contrário. Para a filosofia Lean, as pessoas mais aptas para sugerir melhorias são justamente as que lidam com os problemas no dia a dia.
Profissionais clínicos e não clínicos, portanto, devem ser encorajados, treinados e ter tempo para aprimorar a forma como o trabalho é executado. O resultado é um ambiente de contínua inovação que motiva os profissionais e beneficia os pacientes e a própria organização de saúde.
2 – Geração de valor
A organização de saúde não deve se desviar da sua razão de ser: gerar valor para o paciente. Por isso, atividades que não agregam qualquer valor aos pacientes são consideradas desperdício e devem ser eliminadas.
É importante destacar que a geração de valor não está ligada apenas a critérios clínicos, como o desfecho, mas também se relaciona à experiência do paciente como um todo. Tempo de espera e comunicação interpessoal, por exemplo, afetam o valor oferecido ao paciente.
3 – Juntos por um propósito
Os chefes, líderes e gestores devem ser como bússolas, indicando o Norte para as equipes. Seu maior papel é deixar claro para os times quais são as prioridades da organização, indicando o que é mais importante ser alcançado.
Além disso, devem promover um ambiente de colaboração e uma cultura de respeito em que cada membro possa fazer sua parte para alcançar o objetivo maior. Isso inclui o foco na crítica aos processos, e não às pessoas, o que incentiva os profissionais a reportarem os problemas enfrentados e indicarem soluções.
4 – Padronização com flexibilidade
Para a gestão Lean, a chave da melhoria é a padronização. Ao estabilizar os processos, diminuindo a variação entre eles, é mais fácil identificar problemas e, ao mesmo tempo, sugerir soluções. Portanto, paradoxalmente, menos diferenças levam a mais flexibilidade e mudanças.
No caso da saúde, isso se traduz na adoção de procedimentos e processos baseados nas melhores evidências disponíveis para gerar valor ao paciente. Tais padrões, contudo, não são intocáveis: eles mesmos são alvo de contínuas melhorias.
Para saber mais sobre Lean na saúde, leia o artigo de John Toussaint e Leonard Berry para a Mayo Clinic.
Leia também:
5 passos para organizar seu consultório
Sala de espera: 4 dicas de decoração para diminuir o estresse
Gestão da porta



















