É natural que, conforme a renda aumente, cresça também o padrão de vida – e este é um processo que vai acontecendo ao longo da carreira do profissional da saúde. O problema começa quando não se tem educação financeira e se foca apenas nos gastos, o que leva ao descontrole financeiro e até mesmo às dívidas.
“Nos acomodamos rapidamente com o conforto e, por isso, toda vez antes de incrementar os gastos, é necessária uma reflexão interna do porque é importante tal compra ou serviço e se ela é sustentável a longo prazo”, diz Eleonora Rodrigues Braude, planejadora financeira CFP pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.
É possível manter um bom padrão de vida e, ao mesmo tempo, ter hábitos financeiros saudáveis. Profissionais da área de finanças explicam como.
Identificando hábitos prejudiciais
É preciso analisar o comportamento financeiro para apontar quais atitudes podem estar causando desequilíbrio nas contas – as mais comuns são a ausência da educação financeira, na qual a pessoa não possui controle financeiro, consume por impulso e gasta sem planejamento.
Geralmente, eles são identificados pelas suas consequências: utilização de cheque especial ou rotativo de cartão de crédito com frequência; diversas contas correntes ou cartões de crédito; falta de controle dos gastos; preferência por financiamento em detrimento de compras à vista; incapacidade de quitar o saldo total da fatura de cartão de crédito; e necessidade de obter empréstimo para dar conta de suas despesas mensais, seja através de familiares ou instituições financeiras.
Adquirindo hábitos financeiros saudáveis
O autoconhecimento é um caminho eficaz para deixar hábitos prejudiciais para trás e adquirir novos e saudáveis. “Assim, entendemos os mecanismos por trás de nossas ações. Ter maior consciência sobre isso nos permite ter maior autocontrole para conseguir alcançar resultados no presente e futuro”, afirma Ana Claudia Rodrigues, economista e coach de desenvolvimento humano da Atitude Emocional.
Este será o ponto de partida para mergulhar em sua própria vida financeira. Em seguida, é preciso tomar o controle em suas mãos, entendendo onde vai o dinheiro, como você toma suas decisões, o que prioriza e o que é possível fazer com sua renda. Nessa etapa, é essencial buscar educação financeira.
Pode-se lançar mão de diversos mecanismos de controle financeiro, assim como autocontrole psicológico – fator determinante na maneira como você lida com suas finanças. “O hábito diário de controlar os gastos através de um orçamento e a análise das despesas ao fim de cada mês ajuda o indivíduo a conhecer melhor as suas tendências de gastos. Esse conhecimento é fundamental para entender o destino de seu dinheiro e como otimizar os seus gastos”, conta Braude.
Adotar a máxima “menos é mais” é uma boa maneira de iniciar o processo de reeducação financeira e retomada de controle. “Quanto maior for o volume de itens e atividades, maior será a necessidade de controle e de tempo em se organizar. Por isso, um bom exemplo para ajudar na tarefa é reduzir a quantidade de contas correntes em bancos e cartões de crédito”, ensina o coach financeiro Robson Profeta.
Ter uma reserva de emergência também é sinal de vida financeira saudável. Ela deve ser equivalente a, no mínimo, seis meses das despesas da família ou do indivíduo. Além disso, é preciso poupar visando a aposentadoria. “Como um pontapé inicial, economizar 10% do salário é válido, porém, o valor precisará ser posteriormente revisado dependendo dos objetivos de aposentadoria da família ou do indivíduo”, aconselha Braude.