Em qualquer empresa, a falta de sintonia na equipe pode trazer maus resultados. E, em casos de clínicas e consultórios, interfere diretamente na recuperação do paciente. Ter uma equipe com bom relacionamento faz toda a diferença no ambiente de trabalho.
“Para o bom funcionamento de uma equipe, são necessários alguns ingredientes fundamentais. A comunicação é um deles e deve ser o ponto de destaque. O diálogo é essencial e deve ser a base dos relacionamentos dos integrantes da equipe, com uma linguagem clara e direta para não haver interpretações errôneas das informações repassadas”, comenta a coach em carreira, Renata Cox.
Para a coach em desenvolvimento humano Adriana Schneider, as principais dificuldades das equipes multidisciplinares estão ligadas às relações interpessoais. “Mais especificamente no respeito às diferentes perspectivas sobre os desafios, estilos de comunicação, conscientização da interdependência e definição de prioridades que favorecem a construção de uma base de confiança, tão necessária para um trabalho em equipe.”
Cuide do relacionamento da empresa com os funcionários
O primeiro passo para realinhar a equipe é aproximá-los da empresa. Invista em treinamentos para os funcionários com o objetivo de desenvolver competências comportamentais e gerenciais, voltadas para a organização do trabalho. Nesse processo, utiliza-se ferramentas, testes, análises e atividades voltadas para a demanda daqueles profissionais, para atingir assim um bom funcionamento como equipe e não mais como simples grupo.
“O relacionamento da equipe deve estar alinhado intimamente aos valores da organização. Além disso, recomenda-se que os critérios de avaliação de desempenho sejam palpáveis aos valores que regem a empresa. Assim, cria-se uma atmosfera coerente ao que está no papel com as ações de todos os integrantes, inclusive os líderes dos setores e diretoria”, pontua Renata.
“Assim como o corpo humano, uma clínica, um hospital ou uma empresa, independente do segmento, é um sistema vivo e aberto. Ou seja, o bom ou o mau funcionamento de cada sistema que compõe o corpo humano – como o respiratório, circulatório, digestivo – irá impactar nos outros. Todos os sistemas são interdependentes – mesmo que cada um tenha sua função específica. E, se agir de forma isolada e autossuficiente, provoca uma disfunção”, pontua Adriana.
Ao trabalhar a confiança na equipe, torna-se possível pedir ajudar, dar feedbacks e expor opiniões em uma via de mão dupla. Assim, é possível conviver melhor com as diferenças e usá-las a favor do propósito do grupo. “Um ambiente de responsabilização, comprometimento e flexibilidade são gerados, impactando todos os envolvidos nas relações profissionais – líderes, colegas, parceiros, fornecedores, pacientes e seus familiares”, complementa.
Coloque o bem-estar do paciente em primeiro lugar
A área da saúde é, naturalmente, hierarquizada. Ter uma equipe com problemas interpessoais e de comunicação interfere diretamente não só no desenvolvimento da empresa, mas reflete principalmente no tratamento dos seus pacientes.
“Muitas vezes o paciente sai curado, mas à custa de muitos procedimentos, esperas e desgastes desnecessários. Modelos de gestão mais modernos valorizam o trabalho em rede. Existe a hierarquia, porém ela é mais fluida, a liderança alterna conforme os processos e os desafios, sempre visando o alto desempenho e o impacto positivo das ações realizadas”, pondera Adriana.
“Quando os profissionais estão preocupados em ‘fazer o seu’ sem se empenharem com o todo e com a melhoria contínua, vários conflitos surgem e a equipe torna-se disfuncional. O impacto disso na vida de seus pacientes é de uma amplitude assustadora, ocorrendo o mau relacionamento até mesmo com os familiares”, conclui.
