Alguns ambientes profissionais são naturalmente competitivos. A pressão aumenta quando nos referimos a hospitais, clínicas e consultórios, que por si já trazem toda a carga de estresse do exercício clínico. Isso pode ser extremamente tóxico para profissionais inseguros.
“Profissionais da área da saúde estão sujeitos ao burnout devido ao contato intenso com as pessoas enfermas, sobrecarga de trabalho, desgaste emocional, exposição a enfermidades, dificuldades no ingresso na carreira em áreas muito concorridas, entre outros fatores”, enumera o professor de Orientação Profissional da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Fabiano Fonseca da Silva.
Passar confiança significa deixar os pacientes mais seguros, sabendo que você terá a precisão e seriedade necessárias para um tratamento competente. Essa postura também é necessária para ter relações saudáveis e construtivas com colegas de trabalho e superiores. A seguir, entenda como lidar com a insegurança no meio profissional.
Ajuste sua postura
Profissionais seguros e inseguros agem e dão sinais – verbais ou não – diferentes àqueles que os cercam. “Um profissional inseguro está sempre reclamando, procurando culpados para os problemas, causando desconforto aos colegas. Ele tem medo de se doar ao trabalho, não tem senso de pertencimento, sente-se perseguido, centraliza demandas e segura informações”, descreve o presidente do Instituto Brasileiro de Coaching e master coach sênior, José Roberto Marques.
Já o profissional seguro, de acordo com Marques, busca solucionar os problemas, mesmo que não esteja diretamente envolvido, e está sempre disposto a contribuir, ensinar e ajudar seus colegas. “Ele também é engajado e tem uma postura e pensamentos otimistas”, completa.
Desta forma, deve-se sempre buscar estar mais próximo da segunda postura descrita pelo especialista. Isso pode ser desafiador, porém, o resultado é recompensador.
Mas saiba quando ceder
“Há sempre momentos e situações, pessoais e de trabalho, que podem trazer inseguranças. Neste caso, o profissional deve sempre buscar apoio na equipe”, orienta Silva.
Busque qualificação
A jornada de conhecimento não acaba após a especialização, nem com mestrados ou doutorados. A área da saúde exige constante estudo, visto que as inovações tecnológicas para aumentar o bem-estar e sobrevida dos pacientes são constantes. É indicado buscar leituras especializadas, conhecer novas técnicas e teorias e fazer cursos que agreguem no exercício profissional. Com o conhecimento em mãos, você estará mais seguro para atender da melhor forma possível.
Encare a competitividade de maneira saudável
Algumas áreas da saúde possuem concorrência assídua, exigindo ainda mais dos profissionais. Neste cenário, os mais inseguros podem acabar cedendo diante da pressão. “A competitividade deve ser encarada como um combustível para que você busque ser um profissional cada dia melhor”, aconselha Marques. Apenas tome cuidado para não levá-la a sério demais e desenvolver um clima de rivalidade entre os colegas.
Saiba o que está fazendo
Existem inúmeros processos, orientações, procedimentos e normas que devem estar na ponta da língua do profissional da saúde. Isso não apenas minimiza o risco de erros, mas, também, muda a postura durante o exercício. Atualize-se constantemente em relação a estes processos.
Desenvolva relacionamentos de qualidade
“Conversar, trocar ideias com os colegas, pedir opinião e demonstrar interesse por mais conhecimento é importante quando você quer demonstrar ser um profissional seguro”, garante. É importante, ainda, comunicar-se de maneira assertiva, demonstrando resiliência, boa capacidade para tomar decisões rápidas, flexibilidade e proatividade.
Lide com as incertezas
Trabalhar na área da saúde é saber lidar com a imprevisibilidade inerente ao ser humano. O profissional deve ter isso em mente, sabendo ser flexível, resiliente e criando estratégias para lidar com a pressão.
“Há sempre uma dose de incerteza e de risco nas decisões na área da saúde. O profissional deve procurar reduzir ao nível mínimo as situações de risco, confiando em sua capacidade e formação para resolver os problemas que surgirem. Ele também deve reconhecer suas limitações, solicitar ajuda e compartilhar com a equipe as decisões a serem tomadas sobre os procedimentos exigidos”, finaliza Silva.