Inovação não está ligada apenas à tecnologia e empresas deste setor. Ter criatividade para solucionar os problemas do dia a dia é algo tão almejado entre companhias de todos os setores – incluindo saúde – que essa característica é a soft skill mais desejada, de acordo com relatório do LinkedIn .
Neste contexto, incentivar o apetite pela inovação entre os membros da equipe – seja do atendimento ao paciente ou de departamentos burocráticos – é fundamental para a perenidade e sustentabilidade do seu negócio.
“O espírito inovador se faz necessário para apresentar soluções diferenciadas para conflitos e problemas dentro da organização e encontrar novas maneiras de fazer algo que é feito do mesmo jeito há muito tempo. Isso ajuda a detectar o que pode ser melhorado, tornando o serviço mais rápido e assertivo”, diz o CEO da Carpediem Consultoria de Recursos Humanos, Aliesh Costa.
Aqui entra o conceito de intraempreendedor: aquele colaborador que busca, cria e implementa ideias. Cultivá-los dentro de seu consultório ou clínica é crucial para manter a equipe estimulada, reduzir a rotatividade de talentos, fomentar a inovação e aprimorar sua empresa.
Como estimular o intraempreendedorismo na clínica?
Para tanto, esses funcionários excepcionais precisam de líderes que os respaldem nessa empreitada. “Atualmente, as empresas estão mudando o seu método de trabalho, introduzindo a cultura da permissão ao erro para não inibir o potencial inovador, pois quem não se sente ouvido pelo gestor, não se engaja com a empresa e não se compromete a inovar”, afirma Gabriela Almeida, psicóloga e coach de carreira.
A permissão ao erro não se refere aos atendimentos ao paciente em si – afinal, ausência de diligência neste ponto é tratada pelos respectivos conselhos de classe – mas, sim, no funcionamento macro do consultório. Por exemplo, um novo sistema de gestão, um método que aprimore a multidisciplinaridade no tratamento dos pacientes ou que melhore a relação médico-paciente.
“As equipes no setor de saúde costumam ser muito segmentadas e, quanto mais elas se envolverem na anamnese, na pesquisa e no diagnóstico de forma assertiva, melhor será para o resultado e até economia nos tratamentos. Trabalhos de motivação, treinamentos e coaching são indicados para auxiliar neste processo de transformação”, aponta Almeida.
Para a psicóloga, é papel do líder estimular o apetite por inovação por meio da cultura organizacional, engajamento e mobilização da própria liderança. Os gestores também devem apontar quem são os funcionários com perfil e interesse em inovar.
“É preciso estimulá-los a trazer atualizações do mercado, mostrando a importância das suas ideias, considerando as suas opiniões e promovendo um ambiente favorável para incentivar a criatividade, com menos críticas e burocracias e mais coletividade nas tomadas de decisão”, aconselha.
Além de incentivar o compartilhamento de ideias, você também pode realizar ações em equipe, apresentações, palestras, seminários e eventos. “Dentre as ações criativas, o gestor pode demonstrar reconhecimento para aqueles que se destacam, oferecem novidades e se esforçam para propor algo inovador, fazendo com que os outros integrantes da equipe se inspirem a fazer o mesmo”, completa Costa.
Um exemplo é o Prêmio Inova+Saúde, iniciativa da Seguros Unimed para premiar cases de sucesso entre as cooperativas do sistema. Entre os premiados está o Programa Especialista em Você, da Central Nacional Unimed (CNU), que otimizou a integralidade assistencial entre beneficiários com mais de 60 anos. Segundo informações da CNU, essa iniciativa permitiu redução de 26,8% do custo per capita e de 41,8% na média de permanência hospitalar, segundo dados de setembro de 2018.
Com o devido reconhecimento, fica mais fácil incentivar sua equipe a ser inovadora, reduzindo custos e aumentando o contentamento geral.
“É preciso entender que os avanços tecnológicos modificaram as relações de consumo e prestação de serviços. A organização que não investe em inovação não está pensando estrategicamente, afinal, é inovando que se mantém à frente das concorrentes e garante melhorias contínuas em seus processos de trabalho”, finaliza Costa.
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