Para ver o seu patrimônio crescer, conquistar sonhos ou se preparar para o futuro é preciso poupar e investir. Seja você um investidor iniciante ou avançado, é sempre importante pesquisar e ponderar diversos fatores na hora de escolher um investimento.
Antes de escolher um produto financeiro em si, é preciso percorrer um caminho de avaliação do seu perfil e dos seus objetivos, explica Marcelo Cambria, professor financista da Faculdade Fipecafi. Só depois, deve-se passar para análise das opções disponíveis no mercado. Confira este passo a passo do que levar em consideração na hora de escolher um investimento.
1) Conheça o seu perfil de investidor
O primeiro passo para garantir boas escolhas de investimentos é entender o seu perfil de investidor, ou seja, qual é o risco que você está disposto a assumir. A divisão mais comum de perfis é: conservador, moderado e agressivo. Para descobrir o seu, é possível utilizar os questionários disponibilizados por bancos e corretoras.
“O perfil irá influenciar a escolha por investimentos com maior ou menor liquidez e com taxas de remuneração mais ou menos atrativas em relação à probabilidade de incorrer em perdas”, explica Érika Galli Carvalho, planejadora financeira CFP®.
Há pessoas, por exemplo, que estão mais dispostas a correr o risco de perder dinheiro no curto prazo para buscar um retorno maior no futuro e outras que preferem uma rentabilidade menor, porém mais estável. Além de ser uma característica pessoal, o perfil também é influenciado por fatores como a quantidade de recursos que a pessoa tem disponíveis para investir e o seu próprio momento de vida.
2) Defina o seu objetivo
Investir sem objetivo é um grande erro a ser evitado. Por isso, é importante definir a finalidade de todo investimento que fará: você pretende montar um consultório, fazer uma pós-gradução ou poupar para a aposentadoria? Essa definição irá ajudá-lo a criar disciplina para poupar e também escolher o melhor investimento para você.
Érika explica que em investimentos de curto prazo (até dois anos) ter liquidez acaba sendo mais importante do que maximizar a rentabilidade. No médio prazo (entre dois e cinco anos), a liquidez não precisa ser imediata, o que permite ao investidor assumir uma certa carência em busca de maior rentabilidade. Já no longo prazo (mais de cinco anos), é preciso se preocupar em preservar o seu poder de compra e buscar o crescimento real do patrimônio. “Nesse caso, é possível também assumir carências e riscos maiores, pois há mais tempo para recuperar perdas de curto e médio prazo.”
3) Conheça os produtos existentes no mercado
Agora que você entendeu o perfil e horizonte de tempo que está trabalhando, pode começar a pesquisar os produtos financeiros ofertados pelo mercado.
A chamada renda fixa é sempre uma boa opção para os investidores mais conservadores, como os títulos públicos (Tesouro Direto) e títulos privados (CDBs, LCIs, LCAs…), que trazem rentabilidades atraentes e são mais seguros.
Os investimentos considerados mais arriscados são aqueles em que os resultados não são conhecidos no momento da aplicação e podem variar de forma positiva ou negativa. Nessa categoria estão as ações e os multimercados, que oferecem operações de câmbio e juros, por exemplo.
Há também os fundos de investimento, nos quais os recursos de diversas pessoas são administrados por um gestor. “Nesse caso, é preciso ficar atento ao regulamento, já que cada um tem o seu”, explica Cambria. É interessante lembrar ainda que, mesmo para os mais agressivos, é sempre importante diversificar investimentos mais arriscados e conservadores.
Se você não se considera conservador demais, porém também não está disposto a aplicar a maior parte de seus recursos em investimentos de alto risco, a melhor saída é optar por uma carteira moderada: você coloca a maior parte dos recursos em ativos de renda fixa e deixa um percentual do patrimônio destinado a aplicações mais ousadas, como ações, multimercados, entre outros.
4) Compare as taxas e serviços oferecidos
Na hora de escolher um investimento, é interessante comparar os rendimentos oferecidos por várias instituições, como bancos e corretoras, contabilizar os possíveis gastos com transferências de recursos de uma conta para outra e também ficar atento às taxas cobradas pelas instituições – como a de administração, que pode variar bastante. Certifique-se de tudo que está sendo oferecido e cobrado para cada tipo de investimento.
Essa comparação é ideal não só para identificar a instituição que oferece taxas mais competitivas, mas também para avaliar até que ponto os custos estão atrapalhando sua rentabilidade. Existem situações em que a somatória entre taxas de carregamento, administração, saída, entre outras, podem praticamente anular o seu rendimento. Por isso, é importante acompanhar sempre a rentabilidade de suas aplicações e avaliar o que realmente vale a pena.
5) Faça a sua própria avaliação
Por último, Cambria orienta que é importante utilizar todas as ferramentas disponíveis para reunir informações sobre os investimentos, mas também é preciso ter espírito crítico para avaliá-las. “Quando a pessoa trabalha em outra área, pode acontecer de não acompanhar de perto os investimentos, mas é muito importante ter a própria opinião e não se deixar levar pelas indicações”, finaliza.



















