À medida que a clínica cresce e as demandas aumentam, os gestores precisam lembrar que “uma andorinha só não faz verão” e é fundamental delegar tarefas para garantir o desenvolvimento e sucesso do negócio.
No entanto, esse não é um processo simples e caso não seja feito de forma eficaz pode trazer danos significativos para a empresa.
“Delegar é a principal ação de crescimento da empresa. Chega um momento em que ninguém, em qualquer negócio, consegue passar de um determinado tamanho sem dividir o trabalho”, afirma André Bax, master coach e fundador do Instituto Evex.
Para entender a importância de delegar tarefas, Bax sugere que os gestores pensem em quanto vale a sua hora de trabalho. Vamos imaginar que a hora do médico, ou seja, o tempo de consulta, vale R$ 500. Se esse mesmo profissional tiver que fazer as atividades operacionais, como agenda, rotina administrativa da clínica, marketing, entre outros, vai deixar de ganhar dinheiro nas consultas e até em outros procedimentos porque estava desempenhando outras funções.
Outro ponto importante é que os gestores precisam se dedicar à parte estratégica do empreendimento. “O gestor precisa ter tempo para olhar o mercado e implementar práticas que vão fazer o negócio crescer. O crescimento pode ser em várias vertentes, como financeiro e maior presença no mercado, mas nenhum deles será alcançado se o médico estiver sobrecarregado com as tarefas operacionais”, enfatiza Rita Ritz, especialista em desenvolvimento organizacional e professora de MBA na IBE Conveniada FGV.
Qual a diferença entre delegar e “delargar”?
A delegação de tarefas pode ser uma grande armadilha quando os gestores não compreendem o processo em sua totalidade. É muito comum ver líderes repassando responsabilidades sem fazer o acompanhamento para verificar a evolução da atividade, e é neste ponto que o crescimento da empresa pode travar.
De acordo com o Bax, é necessário entender se a pessoa que vai receber determinada atribuição possui os conhecimentos e competências necessários para executar a tarefa.
“O empresário precisa ter consciência de que todo resultado do negócio é responsabilidade dele. Se a empresa não apresenta a resposta desejada, é preciso olhar no espelho e entender que o empresário está fazendo algo de errado. Não está capacitando, acompanhando ou criando os processos corretos.
A autoresponsabilização é algo muito importante, porque na hora de delegar eu tenho que saber o que estou fazendo. Entrar nessa de delegar é colocar o seu negócio em risco. O empresário está fazendo isso e não a pessoa que está recebendo a atividade sem estar pronta”, destaca.
Como os gestores podem delegar tarefas?
O primeiro passo é identificar as tarefas operacionais, como contabilidade, marketing, agenda de consultas e procedimentos, atendimento na recepção, entre outros que podem ser executadas por outras pessoas.
Segundo Ritz, entre as funções estratégicas que devem ficar sob responsabilidade dos gestores estão o treinamento e atualização dos funcionários no âmbito técnico e comportamental. Além de manter a qualidade do ambiente de trabalho para que todos fiquem motivados e, consequentemente, contribuam com o crescimento do negócio.
No momento de delegar as tarefas, a especialista acredita que tão importante quanto repassar as responsabilidades é deixar claro qual o papel do funcionário e a importância da atividade que ele está desempenhando para a empresa.
“Se o funcionário não sabe fazer aquela atividade, o gestor precisa fazer um acompanhamento mais próximo até que a pessoa esteja confiante de fazê-la sozinha. Por outro lado, se o colaborador já sabe fazer a tarefa e ainda assim o gestor fica no pé dela, a pessoa perde a motivação. O líder precisa saber o nível de maturidade profissional das pessoas, delegar e acompanhar de acordo com a experiência e não ficar acompanhando o resto da vida”, finaliza Ritz.


















