Engajar o paciente em todo o processo do cuidado, incluindo os ligados à gestão de unidades de saúde. Esse movimento, que se intensifica nos últimos anos, torna o sistema canadense uma referência mundial. Para compartilhar essa experiência, o Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS) convidou a CEO da Health Standards Organization (HSO), antiga Accreditation Canada International, Leslee J. Thompson, e Marie-Pascale Pomey, conselheira do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Serviços Sociais em Quebec. O evento faz parte da programação da Feira + Fórum Hospitalar.
“Engajar o paciente é ‘fazer com’, não apenas ‘fazer para’. Nós temos esse critério para envolver os pacientes”, declarou Leslee. Na HSO, ela lidera a criação de um novo modelo de acreditação, em que os pacientes participam da definição dos padrões de qualidade exigidos. Nos comitês responsáveis por esse trabalho, hoje 25% dos participantes são pacientes, e também está em teste a participação como avaliadores nos processos de acreditação.
Antes de presidir a HSO, Leslee liderou um movimento para engajar o paciente na gestão do Kingston General Hospital. “A comunidade tinha medo de ir ao hospital, eles não se sentiam seguros”, explicou. Para mudar isso, os pacientes foram incluídos nos mais diversos comitês e equipes da unidade, desde o de Segurança do Paciente até no responsável pela contratação de profissionais. “Nós decidimos que, para qualquer decisão que pudesse afetar o paciente, um paciente estaria à mesa.“
Para Marie-Pascale, os pacientes são uma fonte única de informações importantes para a qualidade do cuidado, que não poderiam ser conhecidas por outras fontes, e seu saber também precisa ser valorizado. “O médico é o especialista na doença, mas o paciente é o especialista em viver com aquela doença”, explicou.
Entre os fatores que limitam a participação do paciente, de acordo com Marie, estão o pouco conhecimento técnico e sobre seus direitos, a falta de interesse e o medo. Pelo lado dos profissionais, são fatores limitantes o não reconhecimento de erros, a falta de questionamento e não ouvir os pacientes.
Um exemplo de iniciativa para superar esses obstáculos é modelo desenvolvido pela faculdade de Medicina da Universidade de Montreal. Conhecido como “Modelo de Montreal”, é baseado em uma unidade de colaboração e parceria com pacientes, pesquisadores, profissionais e gerentes de saúde. Os pacientes atuam como consultores na melhoria da qualidade em saúde, governança e elaboração de políticas públicas. Além disso, também participam como educadores em treinamentos e orientação de estudantes.
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