A empreendedora e conselheira independente da Seguros Unimed, Ana Fontes, foi destaque no segundo dia da 28ª Conferência da Icmif Américas, realizada até sexta-feira (10), em Belo Horizonte. Ela atraiu a atenção do público com questionamentos sobre o quanto realmente olhamos para a diversidade e para as mulheres empreendedoras.
Entre os números que ela destacou está o fato de, no Brasil, 50% dos negócios serem liderados por mulheres, sendo que 70% delas começaram a empreender depois da maternidade. “A gente precisa reconhecer como sociedade que o cuidado é essencial. Para todos nós estarmos aqui, alguém cuidou da gente. As mulheres fazem 75% dos trabalhos de cuidado, mas eles não são remunerados, nem valorizados. A gente vai mudar o jogo, quando a gente olhar para a economia de cuidado de uma forma mais efetiva. Isso tem que ser remunerado”, frisou.
Ana também apontou quatro questões do porque é importante investir em mulheres, além de reforçar que empresas com mulheres são consideradas mais lucrativas. São eles:
– Ela investe no bem-estar da família
– Na educação dos filhos
– No entorno de onde ela está
– Emprega outras mulheres
“O poder das empresas na transformação social é inegável. Até 2025 nós vamos capacitar 500 mil mulheres em situação de vulnerabilidade social’, complementou.
Discussões da ONU
A conselheira da Seguros Unimed também trouxe temas e discussões realizadas na Assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. “Tivemos discussões muito fortes sobre o clima. A Amazônia legal está no centro de discussões sobre o clima. Qual será a participação das empresas em melhorar ou mudar a questão das emergências climáticas?”, questionou. “Não dá para as empresas acharem que o clima é só uma questão de Estado”.
Por conta dessa necessidade de existir uma intersecção entre o social e o ambiental, ela frisou que as causas, pelas quais lutamos, precisam estar acima das marcas. “As marcas podem servir as causas. A pandemia uniu marcas concorrentes no Brasil para atuar em prol da sociedade. A gente consegue fazer isso. Mas não precisamos de uma pandemia para fazermos. Sei que não é fácil, quando se busca a lucratividade, mas é possível”.