Nova conselheira independente da Seguros Unimed, Ana Lucia Pedro Fontes, é referência no cenário do empreendedorismo feminino no Brasil. A publicitária é reconhecida internacionalmente por ser a fundadora da Rede Mulher Empreendedora, espaço que reúne mais de 750 mil mulheres de todo o País, em uma trajetória de quase 14 anos.
Em entrevista, ela compartilhou como espera fazer a diferença nas estratégias do Conselho de Administração da Seguradora, com impacto positivo em todo o Sistema Unimed; e reforçou que economia e inovação andam juntas com diversidade e inclusão, jamais ficando apenas no “discurso”. Confira, abaixo:
Conexão: Qual será seu principal papel no Conselho da Seguros Unimed?
Ana Fontes: Eu espero, como uma conselheira independente, poder contribuir com as minhas visões e experiências. Espero também inserir a pauta da diversidade, da inclusão, da comunicação e da responsabilidade social como uma pauta ligada ao ambiente de negócios — porque não é uma pauta separada. E conectar o Conselho da Seguros Unimed com várias outras iniciativas no Brasil e fora do Brasil, que tenham modelos e representações que possam ajudar a Seguros Unimed.
Conexão: Como seu conhecimento pode ajudar a Seguros Unimed a se tornar uma empresa mais diversa e inclusiva, impactando também o Sistema Unimed?
Ana: Sou empreendedora há quase 14 anos, dos quais 13 anos trabalho com inclusão e diversidade. Já ajudei várias organizações a repensar o modelo, a repensar a estratégia da empresa, olhar para o impacto social. A minha experiência, não só como especialista, mas como alguém que vivencia a questão da diversidade e de inclusão. Eu me sinto capaz de conseguir orientar, conectar com iniciativas e alternativas que possam, cada vez mais, fazer com que a Seguros Unimed caminhe para ser uma empresa mais diversa e inclusiva.
Conexão: Como você acredita que a diversidade pode se tornar uma ação mais prática e efetiva dentro das empresas? E de que modo contribui para inovação?
Ana: Diversidade deixou de ser uma tendência, deixou de ser uma ‘onda’. É uma necessidade. Não dá para as organizações se desconectarem do que acontece com a sociedade. Diversidade é, sim, uma questão de justiça social. Ou seja: dar condições e oportunidades para as pessoas. Mas também é uma questão de inovação e de economia. As empresas que mais têm diversidade no seu quadro de funcionários e de lideranças são mais inovadoras, porque as diferentes opiniões são aquelas que mais têm riqueza. Se tem exatamente as mesmas pessoas trabalhando na sua organização, você terá exatamente o mesmo tipo de opinião. Por isso, é muito importante, para ser inovador, ter uma equipe e uma estrutura diversas não só nos cargos básicos, mas também nos de liderança. Hoje, no Brasil, se considerar mulheres e pessoas negras são a maioria da população: 51,2% mulheres e 54% pessoas negras. Então, se você não tem esse público como potencial consumidor, certamente sua empresa está ficando para trás.
Conexão: Qual é o maior desafio dentro do empreendedorismo e das grandes corporações, quando se trata de diversidade e inclusão?
Ana: O desafio é sair da teoria e da informação para a prática. Tanto no ambiente empreendedor, quanto nas grandes corporações, existem muitas informações sobre a importância da diversidade, de ter equipes diversas, de você ter negócios, por exemplo, liderados por mulheres, pessoas negras, pessoas trans e por aí vai. O discurso ainda é muito maior do que a prática efetiva. Então, é necessário que esse trabalho de teoria passe a ser uma prática também. Senão, ficamos sempre trabalhando com informações e dados, mas efetivamente nenhuma transformação.
Conexão: Na sua opinião, de que forma os setores da saúde e securitário podem fazer a diferença no impacto social de maneira positiva?
Ana: Dentro das próprias organizações, instituições e empresas do setor ter essa visão de inclusão e diversidade, mantendo nos seus quadros funcionários — desde a base até a liderança — é uma ação. Outra é pensar no público final, de que forma pode ajudar, informar e orientar sobre questões relacionadas à saúde e à segurança, não só necessariamente dentro do universo dos dois setores. Dar mais acesso à informação de qualidade para uma quantidade cada vez maior de pessoas, para que elas consigam tomar mais decisões ligadas à saúde. E trabalhando, principalmente, no que diz respeito à educação.