O Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa preparou um curso de pós-graduação e aperfeiçoamento em Medicina de Família e Comunidade voltado para médicos e graduandos que desejem atuar nessa área. A formação, destinada a profissionais de saúde com atuação ou interesse no âmbito da Atenção Primária à Saúde, tem 120 horas em modalidade presencial e é oferecida, por meio de parceria, para os profissionais da rede Unimed. A partir das aulas, os estudantes são guiados na aquisição das competências médicas almejadas para uma formação de excelência na área.
Essa especialidade, que presta cuidados personalizados e continuados a indivíduos e suas famílias, cuja premissa é enxergar o ser humano na sua integralidade e individualidade, a medicina de família e comunidade, é capaz de resolver em torno de 85% das ocorrências em saúde. A alta resolutividade faz dela a principal área de atuação de médicos na maioria dos países desenvolvidos. Contudo, essa ainda não é a realidade brasileira. No Brasil, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas 2% dos médicos são especializados na área. Em países como o Canadá, esse percentual é de 40%. Nos Estados Unidos, a meta é que, até 2030, em torno de 25% dos médicos formados anualmente sejam especialistas em medicina de família e comunidade.
Nos últimos 10 anos, vem fortalecendo-se a ideia de ofertar uma medicina mais próxima dos pacientes, voltada à saúde integral, o que contribui para a necessidade de mais formações. “Há um aumento da busca por esses profissionais. A atenção primária tem ganhado foco no modelo de assistência em saúde do Brasil. Além de garantir melhores resultados, esse modelo também garante uma diminuição dos gastos. A necessidade de equilibrar os gastos em saúde com a melhora na saúde da população era iminente”, acrescenta o coordenador do curso, José Valladão Júnior.

A formação em atenção primária é considerada o encaixe para tampar esse gargalo. “Há quatro anos, desenvolvemos um projeto de saúde para nossos funcionários centrado na atenção primária e, ao longo do tempo, aumentamos o corpo clínico e criamos um conjunto de conhecimentos em medicina de família e comunidade”, explica José.
O curso nasceu como uma extensão desses conhecimentos adquiridos no Sírio-Libanês e tem como objetivo transmitir as particularidades da atuação na atenção primária à saúde, fornecer conhecimentos acerca de temas centrais que são essenciais para a prática clínica, como gestão da clínica, habilidades de comunicação, registro clínico ambulatorial e epidemiologia clínica, além de delimitar o campo de conhecimentos em medicina de família e comunidade.
Ademais, é um dos objetivos difundir conhecimentos técnicos sobre manejo de situações e problemas prevalentes na APS, assim, propiciando aprimoramento da resolutividade no nível de atenção primário, bem como ampliar a quantidade de profissionais especializados no Brasil. “Essa é uma das áreas de maior complexidade, pois é um nível de atenção no qual os problemas não se manifestam da maneira tradicional”, lembra o coordenador do curso.
O projeto pedagógico da formação tem como base o currículo de Competências em Medicina de Família e Comunidade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), sendo dividido em oito módulos de aprendizagem, que serão ministrados em oito encontros no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês (IEP-HSL). Informações sobre datas podem ser obtidas por meio das plataformas digitais do Sírio-Libanês.


















