A expressão “a união faz a força” nunca foi tão atual. No mundo inteiro, o ideal da economia colaborativa se tornou influente por diversos motivos, especialmente por incentivar a redução dos custos e permitir que todos os envolvidos cresçam juntos.
As cooperativas são um exemplo mais estruturado dessa tendência. No entanto, a união também existe em níveis de menor complexidade – como uma simples parceria com outros consultórios. Aqui, não nos referimos apenas à formação de sociedades e fusões mas, sim, parcerias que acontecem de maneiras mais espontâneas.
As vantagens são inúmeras. “Temos a redução de custos devido a possíveis sinergias entre as estruturas dos consultórios. Ou seja, é possível, por meio de uma união, ter menor quantidade de colaboradores, como recepcionista, otimizar os consultórios, tendo menos horas ociosas e, por fim, aumentar o poder de barganha com fornecedores, como com aluguel do imóvel”, diz Edson Barbero, coordenador do centro de empreendedorismo e professor de Administração da FECAP – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado.
Além disso, quando também há a união do espaço físico – como acontece nas clínicas integradas –, é possível oferecer uma estrutura mais completa aos pacientes, fazendo com que eles tenham tratamento agilizado. De quebra, todos os profissionais poderão arcar com uma estrutura mais completa. “Juntos, será mais fácil viabilizar um local com estacionamento, vigia e outros fatores que influenciam na segurança do paciente. É difícil assumir tantos gastos por si”, comenta Cláudio Tosta, professor da IBE-FGV no MBA em Executivo em Saúde.
Nitidamente, também há desvantagens, como os potenciais conflitos. “Eles podem advir de algumas fontes principais: choques de valores, falta de resultados visíveis decorrentes da união, ausência de um plano estratégico em comum e imaturidade nos relacionamentos”, alerta Barbero. Porém, quando acontecem de forma madura, eles colaboram com o desenvolvimento dos consultórios integrados – afinal, sua falta pode causar comodismo.
Viabilizando a união entre consultórios e clínicas
A parceria pode ocorrer em diversos níveis: fusões, compartilhamento de espaços e até em atitudes simples, como indicar seus pacientes para irem em outro consultório para terem um atendimento que você não disponibiliza. Este último, na verdade, pode ser uma porta de entrada para que, no futuro, os profissionais pensem em parcerias maiores.
“Para melhorar a compreensão dos ganhos decorrentes da união recomendo que se inicie com um esquema de indicações. Então, estude, com base na realidade, como as sinergias poderiam ser, de fato, geradas. Afinal, é melhor ter racionalidade econômica, pois a desconstrução da união pode ser um processo doloroso”, indica Barbero.
Em outro nível, pode-se compartilhar um mesmo espaço com outros profissionais, de modo que as especialidades sejam sinérgicas – como uma clínica especializada em emagrecimento e tratamento de transtornos metabólicos, com endocrinologistas, nutricionistas e até fisioterapeutas.
Contudo, é preciso ter cuidado com quais consultórios e profissionais você está se associando. “Por mais que não seja uma fusão, os clientes acabam olhando como um todo. Por isso, tome cuidado com o perfil e comportamento dos profissionais, do contrário, más atitudes de outros poderão respingar em você”, adverte Tosta.
Por fim, Barbero lembra que o fator comportamental é de suma importância para que as parcerias deem certo e os consultórios se tornem, de fato, mais competitivos. “O elementos principal é a maturidade de entender as diferenças entre si. Isto pode ser obtido por meio de conversas sinceras, transparentes e enfocadas nos resultados do trabalho. Além disso, deve-se saber que, ao se unirem, estarão abrindo mão de parte da individualidade. Estabeleça papéis e os respeite, isto é essencial”, finaliza.



















