Quando se fala sobre saúde financeira, o volume da renda não é o fator mais importante, mas, sim, como se cuida dela. É desta forma que mudanças simples na rotina e incorporações de hábitos fazem com que a vida financeira se torne saudável e frutífera. A seguir, especialistas em finanças entregam quais hábitos trarão maior impacto positivo em seu bolso.
1) Elabore um orçamento
Trata-se de uma ótima maneira de organizar como se gasta o dinheiro. Um dos métodos mais eficientes – e simples – é o 50/30/20. Nele, orienta-se dividir os gastos em apenas três categorias: essenciais, que devem ocupar 50% do orçamento; supérfluos, com 30%; e investimentos, compondo 20% do orçamento.
“Uma vez feito esse orçamento, é importante ir acompanhando e sempre tomar providências caso as contas estejam saindo do controle”, disse o master coach financeiro, Victor Barboza.
2) Faça o controle financeiro
Ele garantirá que o orçamento esteja indo conforme o planejado, além de permitir que você enxergue de qual forma está gastando seu dinheiro. “É uma atitude que faz a pessoa ter domínio sobre seu dinheiro, e não o contrário. Muita gente não tem nem noção de quanto gasta, e, na maioria das vezes, acaba gastando mais do que recebe, o que acaba comprometendo a saúde financeira”, adverte Barboza.
Há diversas formas de fazer isso – e aqui não há certo ou errado, mas, sim, a forma que funcionar melhor para sua rotina. Enquanto uns preferem as planilhas, outros se dão melhor com aplicativos criados para este fim ou um caderno. “O melhor controle é aquele que você entende e se adapta”, afirma Sabrina Espíndola, coach e especialista em planejamento financeiro.
3) Restrinja o uso do cartão de crédito
É fácil perder o controle sobre as compras quando se usa este método de pagamento – afinal, basta sacá-lo da carteira e preocupar-se com isso apenas no mês seguinte, quando a fatura chegar em casa. “Muitas vezes, o banco acaba liberando altos limites no cartão de crédito, o que acaba incentivando as pessoas a gastarem mais, criando a falsa impressão de que o dinheiro em conta mais o limite fazem parte do seu dinheiro disponível para gastar. Porém, não é bem assim”, alerta Barboza.
4) Prefira pagar à vista
Parcelar é um hábito tipicamente brasileiro que apresenta uma série de riscos e desvantagens. Você sabia que não existem compras parceladas sem juros? Comerciantes e lojistas embutem a taxa no valor da compra, elevando o valor do produto ou serviço para além do que ele vale.
“Comprar parcelado significa comprometer o orçamento dos próximos meses com um produto ou serviço que foram comprados ou usados agora, e isso pode impactar bastante no nosso bolso. Quem compra parcelado deve se planejar para que o pagamento seja feito sem comprometer os próximos meses”, comenta Barboza.
O parcelamento apenas é indicado para comprar bens duráveis e de valor maior do que a renda, como um carro ou geladeira. Nos demais casos, como para satisfazer um desejo de consumo, é indicado quitar à vista. Vale a pena juntar o dinheiro necessário para a compra, pagar de uma vez e, de quebra, garantir um desconto.
5) Invista
Não é à toa que 20% de seu orçamento deve ser dedicado a este hábito: é ele que tornará seus sonhos, objetivos e metas financeiramente viáveis, seja comprar um carro, investir na melhoria da sua clínica ou consultório, custear uma especialização, se aposentar com tranquilidade ou garantir um respaldo financeiro em caso de emergência.
6) Tenha um objetivo
No livro “O Poder do Hábito”, o autor Charles Duhigg defende que um hábito só se concretiza caso a recompensa seja evidente. “Ou seja, na maioria dos casos, a pessoa que tentar criar um hábito de investir sem ter as recompensas claramente definidas, provavelmente, acabará deixando de investir com o passar dos meses. Já a pessoa que tiver seus objetivos em mente, os terá sempre como ‘cobrança’ para separar parte do seu dinheiro”, diz Barboza.
7) Maximize os rendimentos
Apesar de a poupança ser uma boa porta de entrada para o mundo dos investimentos, sua rentabilidade é tradicionalmente baixa. Por isso, é interessante buscar outras alternativas de acordo com seu perfil de investidor. No caso da renda fixa, indicada para quem está começando e/ou é mais conservador, temos o Tesouro Direto, CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio) – cada um com suas características. Já a renda variável é indicada para investidores arrojados e envolve aplicações em ações, fundos de investimentos, fundos imobiliários, COEs (Certificado de Operações), ETFs (Exchange Traded Funds, ou Fundos de Índice), entre outros.
“Para buscar a melhor carteira de investimentos para o seu perfil, é importante entender sobre cada um dos investimentos, diversificar e buscar especialistas na área para dar suporte”, finaliza Barboza.