O cooperativismo é norteado por uma série de conceitos e princípios que fazem dele um modelo de negócio bem sucedido no mundo inteiro. Por isso, estejam ou não ligados a uma cooperativa, clínicas e consultórios podem adotar tais características para impulsionarem seus negócios.
“A atenção especial para relacionamento, reputação, administração, fidelização e atenção à comunidade, capacitação, regras de negócio e comunicação são fatores fundamentais para o sucesso de uma cooperativa”, diz Paulo Roberto Bertaglia, sócio-diretor da Berthas, empresa voltada à gestão e treinamento empresarial.
A seguir, entenda como as características do cooperativismo podem colaborar com a gestão de seu consultório ou clínica.
1) Equipe integrada e participativa
Um dos princípios do cooperativismo é o da Gestão Democrática – e pensar nele de forma universal é importante para engajar a equipe médica e administrativa, pois cria um ambiente que permite a todos opinar e apresentar possibilidades de mudança. “Permitir que as pessoas opinem e apontem o que não funciona bem e pode ser melhorado contribui para que as equipes fiquem integradas e tragam melhorias não só no atendimento, mas em qualquer área da organização”, afirma Nemízio Antônio Souza, professor e coordenador do curso de Tecnólogo em Gestão de Cooperativas da Faculdade Unimed.
2) Funcionários bem treinados
Outro princípio do cooperativismo é o da Educação, Treinamento e Informação que, aplicado à organização, mostra como é importante capacitar os membros da equipe para que eles atendam bem os pacientes e colaborem com o crescimento do consultório. Aqui, não se fala apenas sobre treinamentos técnicos, mas também aqueles que incutem a cultural organizacional – ou seja, o que vocês, enquanto clínica, acreditam – no dia a dia.
“É preciso investir no conhecimento técnico para que os profissionais possam atender adequadamente e com precisão as demandas dos clientes e também na educação comportamental. Ela visa trazer a reflexão constante para o grupo no contexto do relacionamento, atitudes e disciplina”, orienta Bertaglia.
3) Aumento do potencial de atendimento
O ditado diz que “a união faz a força” – e esse pilar sustenta o cooperativismo de tal forma que, além da união entre os cooperados, há ainda a Intercooperação, que ocorre quando cooperativas atuam em conjunto. Trazendo este princípio ao dia a dia de um consultório, pode-se dizer que atuar junto a outros médicos e profissionais da saúde pode ser benéfico para fortalecer seu negócio.
É possível unir-se a outros profissionais em um mesmo espaço físico, podendo levar à redução de custos e maior capacidade de atrair pacientes, ou até mesmo com profissionais que atendam em outros consultórios, mas que possuam especialidades complementares às suas.
Por exemplo, as chamadas Centrais de Negócios são um modelo onde há um relacionamento e união entre empresas sem mudar suas personalidades jurídicas. “Elas formam uma rede com objetivo de se fortalecerem no mercado, utilizando de ações conjuntas como: compras coletivas, capacitação de colaboradores, adoção de banco que ofereça melhores taxas e disponibilidade de linhas de crédito, campanhas de marketing e propaganda, aquisição de tecnologias, convênios, dentre outras”, explica Souza.
4) Pacientes engajados
Outra característica comum ao cooperativismo é a preocupação com a comunidade que o cerca. No caso de uma clínica, pode-se dizer que são os pacientes efetivos e em potencial – e nenhum negócio sobrevive sem clientes. “Atrair a comunidade é fundamental para fidelizá-la e isso se faz com boa reputação, seja no contato pessoal do médico ou na infraestrutura e tecnologia adequadas”, resume Bertaglia.
O resultado do envolvimento e diálogo com o público é o reconhecimento da clínica ou consultório, assim como sua longevidade no mercado. “Isto está atrelado à sua imagem e reputação, que é uma avaliação externa, subjetiva e afetiva sobre os seus atributos construída socialmente e sustentada por diversos públicos. Significa o grau de confiança, admiração, estima e sentimento que os públicos têm pela clínica ou consultório, podendo ser positiva ou negativa”, aponta Souza.