A realização adequada do pré-natal tem influência direta na saúde da gestante e do bebê. Por isso, promover a adesão das gestantes tem sido o alvo de programas de saúde desenvolvidos por empresas e operadoras de saúde.
Entre os objetivos estão a diminuição de internação neonatal e do agendamento desnecessário de cesáreas, fatores que representam risco para mães e crianças, além de elevar os custos do cuidado.
Um desses programas, o Viver Bem Gestante, é uma iniciativa da Unimed Vitória e foi vencedor da trilha de epidemiologia do prêmio Inova + Saúde 2016, realizado pela Seguros Unimed em parceria com a Unimed do Brasil para reconhecer práticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável da saúde suplementar no país.
O desafio do Viver Bem Gestante era aumentar o acesso e a qualidade na assistência, oferecendo planos de cuidado personalizados. Para isso, a futura mãe passou a contar com um coach, enfermeiro, gestor do cuidado que interage com a paciente online.
Para a gestão do plano de cuidado, foi implantada a plataforma eletrônica HealthMap, acessada tanto pela gestante quanto pelo coach. A ferramenta permite triagem e classificação de risco. Dispositivos como o glicosímetro podem ser interligados automaticamente ao sistema. O coach recebe as informações em tempo real na central de telessaúde, possibilitando tomada de decisão imediata.
Para a gestante, a plataforma HealthMap oferece dicas personalizadas de saúde, gameficação, agendamentos e ambiente para chat com o coach. Por meio da interação, a gestante é engajada no autocuidado, incentivando ações durante a gravidez e depois do parto, como a realização de exames e a amamentação do recém-nascido.
Nos primeiros seis meses, de janeiro a junho de 2016, cerca de 800 mulheres participaram do programa. Destas, 38% cumpriram o plano de ação proposto e 62% estavam com as atividades agendadas.
Dos exames laboratoriais indicados para o 1º trimestre gestacional, 80% realizaram no tempo previsto. Entre as que estavam no 2º e 3º trimestre, o engajamento foi maior: de 99% e 100%, respectivamente. No monitoramento após o parto, constatou-se que 89% dos bebês estavam em amamentação exclusiva e 11%, complementar.
Isenção da coparticipação é incentivo
Como a Unimed Vitória, a empresa Contax também enfrentava o desafio de aumentar a adesão das colaboradoras grávidas ao pré-natal e ao parto normal.
Uma pesquisa feita pela companhia mostrou de 55% das gestantes que trabalhavam na empresa tinham feito cesáreas. Para resolver a situação, a empresa isentou da coparticipação todas as funcionárias que fizerem o pré-natal corretamente e participarem de palestras educativas. A isenção vale para exames e procedimentos relacionados à gravidez.
Durante as palestras, são explicadas as características dos partos normal e cirúrgico, mostrando os critérios para a indicação de cada um.
O programa foi implantado a menos de um ano. A expectativa é, em doze meses, reduzir em 40% o número de partos cirúrgicos e em dois terços as internações em UTI neonatal.