Culturalmente, o gerente de banco é tido como autoridade em qualquer tópico relacionado a dinheiro – inclusive investimentos. No entanto, nem mesmo seu amplo conhecimento anula o fato de ele ser um funcionário do banco.
“O gerente do banco está preocupado em bater as suas metas e vai oferecer aos clientes os produtos para conseguir atingir o seu objetivo”, diz Sérgio Tavares, diretor da STavares Consultoria Financeira, com MBA em Gestão Econômica e Financeira de Empresas pela FGV (RJ).
Em outras palavras, os investimentos oferecidos nem sempre vão ao encontro aos seus interesses ou serão vantajosos para você mas, sim, para a instituição financeira.
Um exemplo são os títulos de capitalização, que não são considerados investimentos mas, sim, jogos de azar. Neles, o contratante deve “aplicar” certa quantidade de dinheiro – alguns bancos pedem o mínimo de R$ 10 ao mês – por determinado período, que pode variar de dois a cinco anos. Ao final deste período, o cliente resgataria o valor total com a correção da Taxa Referencial (TR). Para que se tenha ideia, a TR atual é 0%, segundo o Banco Central. Ou seja, o dinheiro foi corroído pela inflação. Falamos mais sobre os perigos dos títulos de capitalização nesta matéria.
Por isso, quem se aconselha em relação aos seus investimentos apenas com o gerente do banco pode perder um bom dinheiro.

Procurando aconselhamento sobre investimentos
Um dos principais motivos que levam os profissionais de saúde a confiarem em seus gerentes é a falta de tempo. Porém, vale a pena conseguir uma brecha na agenda para pesquisar e ouvir outras opiniões – seja em empresas independentes e/ou imparciais ou com profissionais autônomos, como os planejadores e coaches financeiros.
“Estes profissionais independentes conseguirão aconselhar de forma mais personalizada, de acordo com o perfil, momento financeiro e planos de vida de cada um, bem como avaliar possibilidades de investimentos de diversos bancos diferentes, buscando opções mais eficientes”, pontua Felipe Gomes dos Santos, gerente contábil da área de gestão e controladoria da Crowe.
Para quem investe por meio de corretoras, vale também o lembrete de que as instituições publicam periodicamente as lâminas com a rentabilidade e as taxas dos produtos disponíveis. É importante que você acompanhe essas informações para ter embasamento nas suas escolhas.
“Caso o profissional não tenha muito tempo disponível para isso, dada a grande carga de trabalho, a contratação de um consultor financeiro que fique 100% dedicado a este assunto para ele seria a melhor opção”, aconselha Tavares.
Outra vantagem de recorrer a consultores e corretoras é ter acesso a opções de investimentos que nem sempre são oferecidas pelos grandes bancos – tanto na variedade de aplicações disponíveis em si quanto nas condições e rentabilidade.
Por isso, antes de entregar todo seu patrimônio nas mãos do gerente do seu banco, abra seu leque de opções – nem sempre o que é mais cômodo é o que mais vale a pena.
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