O modelo assistencial precisa ser mais racional: reduzir desperdícios e intervenções desnecessárias; valorizar desfechos (value-based healthcare), e estreitar a relação operadora- prestador. Essa receita para a sustentabilidade da saúde suplementar foi apresentada por Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed, durante o Central Summit Saúde (25 a 26 de junho, Expominas, Belo Horizonte).
O tripé da sustentabilidade, observou o palestrante, é formado por precificação adequada, aceitação de risco (subscrição responsável) e gestão eficiente de sinistros. “Esses elementos sustentam a operação e viabilizam o equilíbrio econômico, exigindo um modelo de parceria sólido entre operadoras e prestadores, com regras claras e confiança mútua.” O presidente da Seguradora advertiu que, embora no primeiro trimestre de 2025 os resultados da saúde suplementar tenham sido positivos, com lucro operacional de R$ 4,4 bilhões, e líquido de R$ 6,9 bilhões, o resultado operacional não expressa a realidade de todo este segmento econômico.
“Grande parte do superávit vem de receitas financeiras sobre reservas, não da operação em si. Ou seja, há operadoras que têm lucro líquido, mas déficit operacional”, enfatizou. Em 2024, 44,4% das operadoras de planos de saúde fecharam o ano com resultados operacionais negativos.
A solução dos ”Riscos para a sustentabilidade do mercado de saúde suplementar”, tema da palestra de Helton Freitas, seria uma visão sistêmica da saúde. “O que acontece com um elo da cadeia afeta todos os outros.” A cadeia da saúde, a que Freitas se referiu, engloba operadora, prestador, regulador, indústria e contratante, com o beneficiário no centro da assistência à saúde.
O Central Summit Saúde é um congresso inovador que conecta empresas e profissionais da saúde em um ambiente dinâmico e estratégico. Os participantes tiveram acesso a palestras e oportunidades de networking, promovendo parcerias, troca de conhecimentos e inovações no setor.