Uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade de Cambridge, em parceria com a empresa de tecnologia MSD – Merck Sharp & Dome, desenvolveu um mapa genético detalhado de proteínas humanas, com o auxílio de uma nova tecnologia, que possibilita um volume de informações quatro vezes maior do que os métodos anteriores. O trabalho inédito foi publicado na revista Nature e abre portas para a compreensão de diversas doenças e seus possíveis tratamentos.
A pesquisa detalhou os princípios do proteoma do plasma humano e identificou quase 2 mil associações genéticas com aproximadamente 1.500 proteínas. Os números representam um ganho, pois antes não havia um método ou tecnologia capacitada para medir tantas associações e proteínas de maneira tão efetiva.
Estes dados foram coletados graças a tecnologia “SOMAsca” desenvolvida pela SomaLogic para medir 3,6 mil proteínas nas amostras de sangue de 3,3 mil pessoas. Analisando o DNA destes indivíduos e cruzando as associações de proteínas entre eles, os pesquisadores conseguiram um volume de informações quatro vezes maior quando comparado aos parâmetros anteriores de pesquisa genética.
O novo mapa genético ajudará a melhorar as descobertas sobre enfermidades específicas como o eczema ou a doença de Crohn. Principalmente com a identificação dos genes responsáveis e o que provocam o surgimento destas proteínas.
A tecnologia de pesquisa permitiu a identificação de múltiplas variantes genéticas que influenciam os níveis de uma proteína. Foram essas associações que permitiram compreender e identificar a relação entre as proteínas e as doenças. Um dos exemplos divulgados é a MMP12, proteína previamente associada à doença pulmonar, mas que posteriormente foi descoberta a sua relação com doenças cardíacas. Por meio do estudo, foi possível verificar que os níveis mais baixos de MMP12 estão relacionados ao maior risco de doença pulmonar, o mesmo ocorre em relação à doença cardíaca e ao acidente vascular cerebral (AVC).
Com essas informações reunidas é possível criar tratamentos mais eficazes para determinadas doenças – pois a quantidade de proteínas envolvidas já está determinada com mais precisão – ou aprimorar os que já existem, evitando aumento de riscos colaterais. A partir de agora, os pesquisadores devem ampliar as pesquisas para novos grupos a fim de estabelecer mais associações entre as proteínas e demais variantes genéticas.
O estudo completo está disponível no site da Revista Nature.