Por Equipe Conexão em 13 de novembro de 2018
As inovações no setor financeiro não param de surgir, trazendo diversos benefícios a quem adere a elas. Neste contexto estão as chamadas fintechs – palavra formada pela junção de “finanças” e “tecnologia”, que diz respeito às startups que buscam juntar soluções inovadoras, eficientes e práticas para diversos serviços financeiros.
“Até então, via-se um verdadeiro monopólio em relação aos serviços financeiros, com baixa qualidade, demora e nada práticos. Dessa deixa, surgiu esse movimento de novas empresas empenhadas em oferecer os mesmos serviços financeiros prestados pelas empresas tradicionais, porém, de uma forma muito mais focada à experiência do usuário”, diz o master coach financeiro, Victor Barboza.
De acordo com o Radar Fintechlab feito em agosto, já existem 404 fintechs no Brasil, divididas em categorias de acordo com os serviços que são prestados: Câmbio e Remessas, Bancos Digitais, Pagamentos, Gestão Financeira, Empréstimos, Seguros, Criptomoedas, Investimentos, Negociação de Dívidas e Cartão de Crédito.
Benefícios das fintechs
Essas startups se destacam pela praticidade que oferecem aos usuários. “Por não ter uma empresa física aberta ao público, a maioria oferece serviços muito personalizados por meio de suas plataformas digitais – até mesmo com acompanhamento de pessoas reais, que respondem o chat, te mandam e-mail e tiram dúvidas, fazendo o acompanhamento que você teria no seu banco tradicional”, comenta a educadora financeira e master coach, Aline Soaper.
Essa praticidade permite que o cliente se veja livre das tradicionais filas e burocracia, além das horas gastas em SACs. “As fintechs, basicamente, passaram a possibilitar economia de dinheiro, tempo e paciência”, complementa Barboza.
Também se destaca o baixo custo. Devido às menores despesas de logística, as fintechs conseguem diminuir o custo repassado ao consumidor, o que é um benefício incrível. “Por mais que as pessoas não percebam, os custos com tarifas bancárias são muito altas e vários outros serviços que são cobrados pelas instituições financeiras mais tradicionais são gratuitos nas fintechs”, completa Soaper.
As fintechs também possuem papel importante na saúde financeira de seus clientes.
Algumas delas foram criadas com o objetivo de ajudar os usuários a controlarem suas finanças – como apps que auxiliam cada pessoa a ver quanto e onde está gastando, quanto recebe, e, no final do mês, quanto sobra ou falta de dinheiro.
“Essa modalidade de fintechs passou a contribuir para o empoderamento financeiro de seus usuários”, defende Barboza.
Meu dinheiro está seguro?
Um dos maiores receios de quem não usa os serviços das fintechs está relacionado à segurança de seu patrimônio e de seus dados. No entanto, vale ressaltar que bancos tradicionais também estão sujeitos a vazamento de dados ou invasão de sistemas.
Por isso, antes de aderir a essa tendência, é preciso tomar alguns cuidados. Na hora de escolher uma startup do ramo, Barboza e Soaper indicam pesquisar sobre a empresa, checar quem está por trás dela, o número de usuários, as reclamações relacionadas a ela e pedir indicações.
“Vale lembrar, que mesmo nos bancos tradicionais, o dinheiro já virou praticamente virtual, e é comum encontrarmos casos de vazamento de dados ou de invasão de sistemas. Este risco existe para qualquer empresa que atua em meio digital, por isso, fazer a pesquisa sobre a empresa na qual está abrindo conta, utilizar proteções no computador e celular e não fornecer senhas para qualquer um são medidas importantes para minimizar este risco”, reitera Barboza.
Indivíduos com pouca familiaridade com tecnologia também podem encontrar certa dificuldade ao usar as fintechs. “Isso ainda desanima as pessoas com mais idade e menos habilidade com os meios digitais, que ainda preferem ir ao banco e tomar um café com o gerente. Muitas pessoas ainda pagam tarifas ainda mais caras para ter tratamento diferenciado no banco e status de exclusividade”, comenta Soaper.
Apesar disso, a educadora financeira defende que perder o medo é fundamental para ter acesso a um novo mundo de vantagens. “Comece! Não precisa sair correndo do seu banco tradicional que te acompanha há 20 anos, mas você pode começar com as empresas de controle financeiro, ir se adaptando e conhecendo como funciona. Você também vai se apaixonar, porque quem gosta de ficar 2 horas no banco esperando a gerente voltar do almoço?”, finaliza.