O primeiro dia da 28ª Conferência da Icmif Américas – evento que reúne cooperativas de 12 países – foi marcado por debates de como a tecnologia pode apoiar no crescimento das cooperativas no mercado de seguros. O encontro, que está sendo realizado na Unimed-BH, começou nesta quarta-feira (8) e acontece até sexta-feira (10).
A abertura contou com a presença do presidente da Seguros Unimed, Helton Freitas, que ressaltou a importância de debater, no Brasil, a prática de as cooperativas poderem atuar no mercado de seguros. Este cenário não é permitido pela legislação brasileira, mas é comum em outros países.
“Esta conferência pautará a possibilidade de ampliarmos os nossos horizontes e expandir o escopo do setor de seguros no Brasil. Como executivo ligado ao sistema cooperativo brasileiro há mais de 35 anos, estou convencido do potencial imenso das cooperativas para oferecer soluções financeiras e de proteção a um público amplo”, avaliou o presidente da Seguradora.
Os presidentes dos sistemas OCB e Ocemg, Márcio Lopes Freitas e Ronaldo Sucato, respectivamente, também participaram da abertura. Ronaldo frisou a importância de o cooperativismo brasileiro estar vivendo este momento de troca com outras entidades internacionais.
Em vídeo, Freitas também enfatizou que a conferência é um marco. “Nós temos uma dificuldade e impedimentos legais e regulatórias para que as cooperativas atuem. Apesar de estarmos trabalhando com isso, no Congresso, nós temos uma dificuldade de implementar o cooperativismo nas seguradoras do Brasil”, frisou. “Temos 4 mil cooperativas no Brasil e todas elas são usuárias de seguros. Eu acredito que a partir do momento que isso acontecer, nós teremos uma economia muito forte”, complementou.
As presidentes da Icmif e da Icmif Américas, Liz Green e Georgina Díaz Sanches, estiveram presentes. A instituição reforçou que os três dias de evento vão trazer debates importantes para diminuir as lacunas existentes na proteção e para que as cooperativas possam crescer de forma sustentável.
Inovação é a pauta do dia
As mesas de debates que seguiram colocaram a tecnologia como ideia central. A fundadora e CEO da Latu Insurance, Paola Neira, trouxe uma reflexão do porque o seguro tem que ser reinventado neste momento de Inteligência Artificial (IA).
“Como podemos usar IA para seguros? Como podemos usar seguros para ataques cibernéticos e para a vida das pessoas? No mercado de seguros existe potencial para usarmos essa ferramenta. Existe uma tecnologia (IA) que pode ser usada para vários fins, incluindo para definir alguns critérios, como o do seguro de Responsabilidade Civil”, explicou.
Complementando as novas tecnologias, Ariel Scaliter, fundador e CEO da Agrotoken, reforçou como a blockchain pode trazer uma nova realidade para o mercado. “Existe uma tecnologia que me permite entregar qualquer coisa 100% confiável. Imagina unir blockchain com IA, no qual as pessoas não tenham dúvida, na qual o pagamento de seguro será cumprido. Imagina este mundo? Este mundo é o blockchain”.
Para encerrar o dia, Marcelo Smarrito contou o case de como foi construído o SuperApp da Seguros Unimed, que atualmente também é usado por outras Unimeds. Ele contou sobre todo o modelo de construção – que começou com o nome de Go Digital -, de como a jornada do cliente foi mapeada até chegar a solução atual.