Diante do cenário de crise econômica, o mercado vem praticando taxas de juros cada vez mais altas em função do maior risco de inadimplência. Por isso, adquirir crédito por cooperativas financeiras vem se mostrado com uma alternativa extremamente atrativa – tendo em vista que essa modalidade oferece crédito mais barato, como veremos a seguir.
As cooperativas de crédito – também chamadas de cooperativas financeiras – atuam da mesma maneira que um banco, oferecendo praticamente todos os produtos bancários. Tais similaridades permitem que elas sejam comparadas às instituições bancárias tradicionais.
Cooperativas de crédito X bancos tradicionais
As taxas amistosas são resultado de uma combinação de fatores oferecidos pelas cooperativas de crédito relacionados à sua forma de funcionamento. “O cooperativismo de crédito pode ser visto como parte da economia compartilhada, onde os participantes se ajudam e viabilizam soluções para que todos possam ganhar e crescer de forma contínua e saudável”, diz Silvio Paixão, professor da Faculdade Fipecafi.
Para que se tenha ideia, na UNICRED – sistema que reúne várias cooperativas financeiras –, a taxa de juros empregada em crédito pessoal em dezembro de 2016 era de 1,96% ao mês – enquanto as taxas para a mesma modalidade e período em bancos tradicionais, a média era de 4,62% (71,94% a.a.) e, em financeiras, 8,35% a.m. (161,79% a.a.), segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Os valores de juros também ficam abaixo da média cobrada por bancos e financeiras em outras cooperativas, como é o caso da Sicoob (2,27%), Uniprime (2,85%) e Sicredi (3,17%). Essa relação mútua de confiança e apoio permite que as instituições ofereçam taxas de juros menores aos cooperados – visto que eles são associados, e não somente clientes.
Outro ponto a ser considerado é que, ao contrário dos bancos, cooperativas não possuem fins lucrativos, isentando-as do Imposto de Renda (IR). O Imposto sobre Operação Financeira (IOF) também é de apenas 0,38% – enquanto instituições financeiras tradicionais adicionam a este percentual uma taxa de 3% ao ano. “O custo financeiro das cooperativas de crédito tem sido de 50% daquele praticado pelas instituições financeiras tradicionais”, estima Paixão.
Nas cooperativas, todos os associados têm igual poder de voto, independentemente do número de cotas adquiridas. A gestão compartilhada permite que os cooperados deliberem sobre questões como a definição das políticas operacionais, de crédito e no planejamento. O mesmo não ocorre nos bancos, quando o número de ações compradas dita o peso nas decisões.
O fato de o associado ser um dos donos da cooperativa, faz com que ele tenha um tratamento muito mais individualizado do que ocorreria em uma instituição tradicional. O atendimento diferenciado é um pilar fundamental para seu bom funcionamento: “A proximidade e o suporte técnico oferecidos são muito importantes para este sistema, pois para crescer robusto, ele precisa que todos estejam engajados para um bem comum”, acrescenta Paixão. Entre o suporte, o professor da FIPECAFI destaca os cursos de gestão financeira e administrativa oferecidos aos cooperados, incluindo parcerias com o SEBRAE.
Sobre as cooperativas
“Hoje, o Sistema UNICRED cresce cerca de 20% em ativo total ao ano, bem mais do que os 0,6% do Sistema Financeiro Nacional, na média”, afirma Fernando Aurélio Fagundes da Motta, diretor executivo do Sistema UNICRED, cujo quadro social é composto majoritariamente por profissionais da área da saúde. A própria instituição comemora os quase 182 mil associados* em todo o Brasil.
*dados de dezembro de 2016.



















