A mesa que debateu a regulamentação das cooperativas de seguros no Brasil trouxe luz para uma questão importante de ser debatida. As vantagens de as cooperativas poderem se tornar seguradora e, assim, oferecer mais diversidade de produtos aos clientes. O tem foi pauta do último dia da conferência internacional da Icmif, que aconteceu entre 8 e 10 de novembro, em BH.
Mediado pela superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella, o painel contou com a participação do presidente da Comissão de Direto de Seguros da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB/OS), Luiz Assi, e do deputado federal Diego Andrade.
“Precisamos mobilizar os deputados para mostrar a importância desse projeto. Na próxima semana, me comprometo a sentar e articular para que o projeto entre em pauta. O requerimento de urgência já está aprovado e tem um relator definido”, explicou o deputado federal.
Ele reforçou que o tema é de extremo interesse público, por ofertar mais opções para os clientes. “É hora de a gente avançar. Não é fácil porque a gente encontra adversários que pensam diferente da gente. É preciso abrir a cabeça dos corretores. O setor financeiro diz que é favorável, mas por trás coloca uma tropa de choque para impedir. Somos um congresso que está mais antenado pela população. Vamos fazer o que é de interesse público. É claro que com uma regulamentação na dose certa. A diferença do veneno e do remédio é a dose. É importante a regulamentação, mas não uma que inviabilize”, complementou.
Cenário atual
Assi apresentou o cenário atual do mercado de Seguros. Ele reforçou que o país está na 10ª colocação a economia mundial, mas apenas na 17ª em Seguros. “É um setor que vai evoluir. Tem um plano da CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras), que tem uma série de ações para que o setor avance”, explicou.
Segundo ele, o Brasil tem baixa concentração dos seguros, apesar com 130 operadoras em operação. Confira os dados apresentados:
- 30% da frota nacional de veículos é segurada
- 17% das residências têm seguros
- 10% da área cultivada é segurada
- 13% da população economicamente ativa tem previdência complementar
- 17% da população tem seguro de vida
- Em média, 10% da população tem seguro.
“Estes dados mostram a importância deste projeto de lei porque o cooperativismo chega em lugares que as outras empresas não chegam ou por não ter acesso ou por falta de interesse”, concluiu.
Eixos debatidos
Tânia trouxe alguns eixos que considerou importante no debate do painel. Um deles é a palavra confiança. “A gente sabe que o modelo cooperativo é isso”. Ela também falou sobre cuidado com o modelo de negócio e afirmou que a OCB vai apoiar na mobilização dos parlamentares em defesa da aprovação do projeto de lei. “A OCB vai travar essa pauta, agora, como projeto prioritário. Temos como desafio avançar com esse tema no Congresso”.