A instituição não é uma exceção. Estudos mostram a influência do gênero e de fatores como raça e etnia no tratamento oferecido aos pacientes. Os estereótipos influenciam o julgamento do médico e demais profissionais de saúde, consciente ou inconscientemente, ainda que haja conhecimento das melhores práticas e dos protocolos clínicos.
Para reduzir os casos evitáveis de TEV, o Hospital John Hopkins não adotou campanhas educativas ou outras ações voltadas para o combate ao preconceito. A medida foi introduzir um checklist digital obrigatório para todos os pacientes admitidos na instituição. Na tela, o médico passou a responder a questões sobre o paciente, indicando fatores de risco para coagulação e hemorragias.
As informações passaram então a ser analisadas por uma ferramenta de suporte à decisão baseada em evidências, que recomenda o tratamento adequado a partir dos riscos apresentados. Com a adoção da tecnologia, a influência do pré-julgamento do profissional no processo de decisão foi limitada, permitindo uma maior adesão aos protocolos definidos a partir de critérios clínicos e objetivos.
A medida fez com que a taxa de prescrição de profilaxia entre pacientes com risco saísse de 65,6% para 90,1%, o que levou a zero o número de TEVs evitáveis no hospital. O checklist começou a ser utilizado em 2008. O assunto foi tema de artigo no jornal The New York Times.
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