Diante da concorrência, modernizar a clínica ou consultório pode ser a chave para ser mais competitivo. Isso não quer dizer que equipamentos de ponta são o segredo do sucesso. No entanto, investir em tecnologia pode aumentar a produtividade, o bem-estar dos pacientes e o retorno financeiro.
Apesar de buscarem inovação, profissionais de saúde que são donos de pequenos consultórios sabem bem das dificuldades financeiras enfrentadas no processo. Financiamentos com juros altos e até mesmo problemas na aprovação do crédito são comuns, o que acaba inviabilizando muitos projetos.
É neste cenário que as cooperativas de crédito surgem como alternativa mais barata do que o sistema bancário tradicional.
Crédito justo acelera a inovação
“A linha de crédito que costumamos indicar é a do BNDES, que é a mais em conta, além de ter processo rápido”, afirma Francisco Silvio Reposse Júnior, diretor operacional do Sicoob Confederação. A instituição oferece taxas que variam de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, estabelecida pelo BNDES que varia trimestralmente e agora está em 7%) + 3,5% ao ano até TJLP + 6,6% a.a.
Ela financia até 80% do valor total do equipamento, sendo que os 20% restantes ficam por conta do comprador. Assim como qualquer outro crédito, para ter acesso a ele, é preciso procurar o gerente da cooperativa e solicitá-lo.
Júnior explica que, ao contrário de empréstimos comuns, este é, na verdade, um investimento, pois dará frutos no futuro – seja por aumentar a renda do consultório ou até mesmo por gerar empregos. Por isso, ao abrir o pedido, é preciso apresentar um projeto técnico, que trará itens como o objetivo do investimento e previsão de fluxo de caixa – que, por sua vez, apontará se você terá condições financeiras para quitar o débito.
“Por exemplo, se você quer comprar um aparelho de ressonância magnética, deverá especificar até mesmo se o consultório tem demanda de uso e espaço físico para abrigá-lo”, detalha. O gerente da cooperativa poderá dar mais informações sobre o projeto técnico.
Para facilitar a vida dos cooperados, algumas instituições também oferecem o cartão BNDES, que permite que pessoas jurídicas adquiram equipamentos sem intermédio – assim como funciona com cartões de crédito convencionais. “Eles funcionam muito bem para micro e pequenos empreendedores, já que é possível usá-lo para comprar desde materiais de construção até itens de tecnologia”, diz. Para adquiri-lo, basta procurar o gerente da cooperativa.
As cooperativas também possuem suas próprias linhas de crédito, que costumam ter aprovação mais rápida do que as do BNDES. Em contrapartida, os juros normalmente são maiores, pois a instituição terá que alocar recursos próprios. “Por isso, a primeira linha de crédito que costumamos indicar é a do Governo”, aponta.
Quando investir em tecnologia
De acordo com Plínio Tomaz, especialista em administração hospitalar e marketing, a aquisição de tecnologia de ponta vale a pena se ela trouxer melhora real na produtividade. Por exemplo, se hoje o médico utiliza um equipamento para realizar determinado procedimento em 30 minutos, com a nova aquisição, ele levaria 10 minutos.
O mesmo ocorre quando o posicionamento mercadológico do profissional ou clínica está diretamente relacionado a tecnologia e inovação. “Neste caso, valendo ou não a pena, o profissional precisará adquirir e ser pioneiro para continuar mantendo a imagem de tecnologia e inovação. Quem possui e investe neste tipo de posicionamento precisa ser um dos primeiros, senão o primeiro, a adquirir as novidades”, orienta.
Caso os equipamentos do consultório estejam obsoletos ou tenham problemas de manutenção constantes, também pode ser a hora de investir em novidades, em vez de insistir no conserto.
“Porém, não indico que se compre algo porque acha que está na moda, porque um colega também comprou ou porque um vendedor garantiu que o retorno será certo”, finaliza Tomaz.