Os números de casos diários da Covid-19 melhoraram, todos estamos nos vacinando, mas a pandemia ainda não acabou. Todo cuidado continua valendo.
O Ministério da Saúde instituiu, em âmbito nacional, por meio da Portaria MS n° 1377 de 9 de julho de 2013 e da Portaria MS n° 2.095, de 24 de setembro de 2013, orientações sobre a adoção de práticas para a segurança do paciente. E a Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA n°04/2020 trata das orientações para serviços de saúde sobre as medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo coronavírus (Sars-Cov-2), incluindo orientações específicas para a assistência odontológica.
Nos consultórios odontológicos, a Biossegurança ganhou um foco especial para se evitar a transmissão do coronavírus. A biossegurança é um conjunto de ações que o profissional pode adotar como medidas de prevenção e controle de infecção para evitar ou reduzir a transmissão de microrganismos durante a assistência odontológica.
As ações de Biossegurança no consultório são:
– HIGIENE DAS MÃOS – A higienização das mãos com água e sabão é a ação mais importante para a prevenção de doenças, foi a orientação mais passada contra a Covid- 19. Quando realizado de técnica correta a lavagem pode reduzir a população microbiana das mãos e interrompe a transmissão de infecção entre pacientes e profissionais da área da saúde.
Álcool gel – a RDC/Anvisa n° 42/2010 dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos pelos serviços de saúde do país.
Vale ressaltar que o profissional não deve utilizar adereços como anéis, pulseiras, cordões, brincos e relógios em atendimento, ou seja, tudo que possa ser um meio de contaminação das mãos.
Fonte: CFO – Manual de Boas Práticas em Biossegurança para Ambientes Odontológicos, 2020
Fonte: Hospital Moinhos de Vento – curso EAD Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços Odontológicos
– HIGIENE DO LOCAL – As superfícies dos consultórios odontológicos estão sujeitas à contaminação por microrganismos provenientes da cavidade bucal do paciente A contaminação pode ser por meio do contato direto, do toque das mãos enluvadas do profissional e do pessoal auxiliar, de respingos de sangue ou saliva e do aerossol que nelas se depositam. Essa situação coloca em risco os pacientes em atendimentos posteriores e a equipe que prestou o atendimento.
Dessa forma a higienização do ambiente ajuda a evitar a chance de uma contaminação através de qualquer tipo de patógeno que esteja no ambiente. Esse processo inclui alguns passos e conceitos, como:
- Assepsia: Ações que evitam que um local ou material seja contaminado;
- Anti-sepsia: Medidas para inibir o crescimento de microrganismos em um local (incluindo tecidos vivos);
- Limpeza: Ação mais comum, compreende a remoção da sujeira mais superficial de um ambiente ou equipamento, antes da higienização mais profunda dos próximos passos:
- Desinfecção: Remoção e eliminação de microrganismos que possam ser patogênicos em um objeto.
- Esterilização: Processo mais profundo, que elimina todos os microrganismos.
Alguns cuidados também podem ser usados no ambiente para a redução do contato com microrganismos como:
– Descontaminação do ambiente entre um atendimento e outro;
– Programar agendamentos espaçados;
– Dispor cadeiras na sala de espera com pelo menos 1 metro de distância entre si;
– Remover da sala de espera revistas, materiais de leitura, brinquedos e outros objetos que possam ser tocados por várias pessoas e que não possam ser facilmente desinfetados;
– Os profissionais que atuam na recepção do serviço, deverão utilizar o EPI adequado, levando em consideração os riscos envolvidos.
– USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – O EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual destinado a proteger dos riscos a sua segurança e saúde no ambiente para evitar a contaminação cruzada entre os profissionais e pacientes.
Os principais EPIs para os profissionais são:
-Luvas descartáveis;
– Óculos de proteção;
– Máscaras descartáveis;
– Gorro;
– Jaleco;
-Protetores faciais;
– Calçado fechado.
O uso de EPIs é indicado durante o atendimento ao paciente, nos procedimentos de limpeza e desinfecção das superfícies e no reprocessamento dos produtos para a saúde (PPS) devendo ser compatíveis aos riscos das atividades desempenhadas pelos profissionais. Os EPIs devem ser regularizados junto à Anvisa e, no caso de produtos importados, devem ser observadas as informações: nome do importador, o lote de fabricação e o número do código de autorização.
Vale lembrar que uma das principais vias de contaminação do profissional de saúde é o momento de desparamentação (remoção das EPIs). É fundamental que todos os passos de higiene das mãos entre a retirada de cada EPI sejam rigorosamente seguidos.
– VACINA – ter a vacinação em dia também é um meio de proteção. A portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, preconiza que todo profissional do serviço de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa. Recentemente tivemos a campanha de vacinação contra a COVID- 19.
As doses realizadas devem ser registradas no prontuário do trabalhador e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. Caso ele se negue a tomar as vacinas é necessária uma declaração de próprio punho explicando os motivos e arquivado com o empregador como um documento legal.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
– ABO – Odontologia Segura. Biossegurança e Segurança do Paciente, 2018
– Informações extraídas do Guia de Orientações para Atenção Odontológica no Contexto da Covid-19 do Ministério da Saúde
– CFO – Manual de Boas Práticas em Biossegurança para Ambientes Odontológicos, 2020
– Hospital Moinhos de Vento – curso EAD Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços Odontológicos