Uma internação hospitalar é sempre fonte de preocupação, estresse e desgaste para o paciente e para a família. Esses sentimentos pioram no período das comemorações de fim de ano, principalmente, no Natal. Ter uma equipe preparada para lidar com esse tipo de situação é fundamental para aliviar o sofrimento das pessoas envolvidas neste processo.
“Tornar essa internação o menos traumática e o mais suave possível é fundamental para o bem-estar do paciente, da família e da equipe de saúde do hospital. O fato da internação acontecer no período das festas natalinas e de fim de ano agravam o aborrecimento e o estresse, pois nessa época as famílias costumam celebrar em casa, todos juntos. Uma internação é um fator que restringe e limita esses encontros”, comenta o psicólogo Roberto Debski.
Ações simples, como enfeitar a ala hospitalar com adereços decorativos, disponibilizar música ambiente e colocar detalhes nos uniformes demonstram sensibilidade por parte da equipe médica. Permitir a permanência de familiares e amigos, quando possível, também ajuda a reduzir o peso da internação e traz mais alívio e conforto aos pacientes e acompanhantes.
Como ajudar o paciente e a família?
Neste momento complicado, é importante o médico acolher e dar o suporte necessário à família e ao paciente. “A equipe médica geralmente é demandada com frequência pelos familiares. Muitas vezes, os médicos e equipe de enfermagem tornam-se figuras de referência para os pacientes. É importante estabelecer uma relação de respeito às individualidades, de afeto e sinceridade”, pontua a psicóloga e professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Celso Lisboa, Adriana Marques.
Debski aconselha, quando possível, a liberar o paciente. “Quando não houver riscos, o médico poderá permitir ao paciente que vá para casa celebrar com a família. Se houver alguma pendência, que puder ser resolvida posteriormente sem prejuízo ao tratamento, será preferível ao passar as festas internado”, disse.
“O bom contato com a equipe responsável pelo cuidado do paciente também é um ponto a ser destacado. Quanto melhor a relação estabelecida entre os familiares, que acompanham o paciente com a equipe médica e de enfermagem, mais tranquilo ficará o paciente e também sua família. O bom relacionamento proporciona uma comunicação mais fluida e um ambiente mais acolhedor e tranquilo para todos”, ressalta Marques.
Como o médico pode amenizar os efeitos da internação?
Para Debski, o médico deve ser um profissional hábil, acolhedor, tranquilo e deve informar ao paciente tudo o que ele precisar saber, com uma linguagem acessível e aberto a receber perguntas e dúvidas. “Nessa época encontrará os pacientes mais sensíveis e emotivos devido ao período das festas de final de ano. Por conta disso, o médico precisará ter ainda mais tato para saber abordar o paciente, trazendo esperança no tratamento e na recuperação. Isso servirá de motivação para que o paciente melhore sua percepção, autoestima e bem-estar físico e mental, contribuindo para o resultado do tratamento.”
“Tanto o médico quanto a equipe de enfermagem têm a possibilidade de desenvolver uma relação afetiva, respeitosa e próxima o suficiente para acolher os medos e ansiedades do paciente. Quando ele se sente acolhido e respeitado, sente-se também mais seguro”, complementa Marques.
É importante também cuidar da equipe médica
Sempre haverá uma equipe médica de plantão nas festas de fim de ano. E, para eles, também é uma situação complicada. “Muitos profissionais da saúde, e de outras áreas, passam as festas no seu ambiente de trabalho. Claro que não em uma situação de doença, mas também ficam longe de seus entes queridos. Nesses casos, eles precisam ter a tranquilidade e a resiliência para saber lidar com o que aparece, sem sofrimento excessivo”, pontua Debski.