Fazer uma pós-graduação é primordial para se destacar no mercado de trabalho, e não seria diferente com os profissionais da saúde. Clínicos, médicos especialistas e donos de consultório precisam aprimorar seu conhecimento para melhorar o atendimento e auxiliar os pacientes. Contudo, fazer uma pós-graduação não é barato e se você não tiver um bom planejamento, talvez não consiga arcar com as despesas do curso.
Após a graduação e residência, existem duas opções para buscar o aperfeiçoamento na carreira. A primeira é a especialização na área de atuação escolhida, que são oferecidas por instituições de ensino privadas e não necessariamente tem atuação no hospital. Já a segunda opção, é a pós-graduação mestrado e doutorado que realizadas nas universidades públicas e privadas.
“São voltadas ao meio acadêmico e podem ser pagas ou gratuitas. Nesses casos, o médico recebe o título de mestre ou doutor naquela área, mas tem muita relação com a prática clínica”, explica Marcela Mafra, médica e educadora financeira.
Antes de escolher a modalidade da pós-graduação, é crucial analisar sua condição financeira e fazer um planejamento de quanto é necessário ter para custear o curso até o fim.
Geralmente, os cursos na área de medicina são mais caros e exigem muito tempo do profissional. “Com o tempo dedicado aos estudos, é comum precisar abrir mão de alguns plantões, o que pode reduzir o ganho financeiro do médico. Por isso, é fundamental planejar e até reduzir um pouco o custo de vida nesse período para conseguir se dedicar aos estudos e manter a qualidade de vida”, afirma Aline Soaper, master coach financeiro.

Considere o custo de vida na hora de montar o planejamento financeiro. Soaper alerta que se o médico estiver vivendo no limite, uma nova despesa pode comprometer a saúde financeira e levar ao endividamento.
“Faça um ajuste da sua despesa mensal e lembre-se que não é apenas o custo da mensalidade que vai aumentar no seu orçamento. Terá ainda o transporte, os materiais e a alimentação”, pondera.
O ideal é ter uma reserva financeira para pagar o curso à vista, de acordo com Pedro Braggio, educador financeiro. “Com a reserva você tem poder de negociação. O curso parcelado fica muito mais caro e quando você tem o dinheiro na mão, é possível conseguir descontos fantásticos. Caso não tenha reserva, você terá que avaliar seu orçamento. Cabe no seu bolso? Quanto?”, explica.
Reserva financeira na graduação e residência
A reserva financeira é uma recomendação básica da educação financeira. Portanto, começar a poupar ainda na graduação e durante a residência médica, é uma boa forma de garantir a pós-graduação. Separe parte do valor que você recebe com bolsa ou auxílio familiar.
Soaper conta que guardar 10% dos seus ganhos já faz diferença a longo prazo e não compromete a renda mensal. “Quem está começando deve buscar investimentos seguros e com liquidez, que são as aplicações de renda fixa, como Tesouro Selic e CDBs. Mesmo com os juros baixos, é importante manter parte do dinheiro nesses investimentos”, destaca.
Manter uma reserva financeira exige disciplina, mas com o objetivo bem definido você tem uma motivação para poupar todos os meses e colher os rendimentos no futuro.
“Cada verba você terá que definir, equilibrar e monitorar no orçamento. O monitoramento é muito importante, porque às vezes você tem um planejamento, mas não faz o acompanhamento e quando percebe já passou o tempo da graduação e não tem reserva. Isso dificulta a pós- graduação”, finaliza Braggio.


















