Uma pesquisa publicada no European Journal of Nutrition, em 2018, demonstrou que crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos não estão se hidratando da forma correta. Realizada em países da América Latina (México, Brasil, Argentina e Uruguai) e da Ásia (China e Indonésia), o estudo indicou que o alto consumo de bebidas não alcoólicas com alto teor de açúcar tem prejudicado o desempenho físico, cognitivo e todo o funcionamento do organismo.
A pesquisa foi resultado de uma ampla análise iniciada em 2016 nos países citados, por meio de esforço em conjunto de diversas instituições como o British Dietetic Association, no Reino Unido, e o Instituto Nacional de Pediatria, do México, além da Associação Brasileira de Pesquisas, no Brasil.
Dentre as mais consumidas estão os refrigerantes, bebidas lácteas, sucos e demais sumos industrializados. Estes produtos são responsáveis por aumentar as chances de surgimento de diabetes tipo 2, obesidade e problemas cardiovasculares.
No estudo foram analisadas as seguintes bebidas: água (torneira e garrafa), leite e derivados, bebidas quentes (café e chá), sumos naturais, bebidas industrializadas com alto teor de açúcar (refrigerantes, energéticos, bebidas desportivas, chás e sumos artificiais) e bebida alcoólica.
Para fazer esta análise, os pesquisadores acompanharam o consumo de líquidos de jovens durante sete dias, sem levar em consideração os alimentos sólidos, para fazer um comparativo entre as bebidas industrializadas e a água.

De acordo com a pesquisa, a proporção do consumo de água necessária para um indivíduo pode ser calculada da seguinte forma: peso corporal x 0,03. Então, uma criança de 30 quilos deve ingerir pelo menos um litro de água por dia. No entanto, mesmo com este coeficiente, a pesquisa também recomenda que a ingestão também seja guiada pela sede, que nada mais é do que um indicativo natural do corpo sobre a necessidade de se hidratar.
Um total de 733 crianças e 933 adolescentes foram recrutados. Os dados mostram que entre as crianças, o consumo médio recomendado de água esteve presente em 75% do público uruguaio. Os maiores índices de ingestão inadequada foram registrados entre as crianças e adolescentes da Argentina, que somam apenas 30% de consumo adequado. Os dados do Brasil também são alarmantes, pois aproximadamente 50% das crianças consomem mais bebidas industrializadas do que água para se hidratar.
O estudo ainda mostra que a América Latina ficou no topo do consumo de bebidas com alto teor de açúcar e, por isso, merece mais atenção nas ações preventivas de saúde e na construção de políticas públicas que possam frear futuras epidemias de doenças relacionadas a este quadro. Mais de 75% das crianças e adolescentes do México, Brasil e Argentina beberam pelo menos uma dose de 250 ml por dia de bebidas com alto teor de açúcar.
Para saber mais detalhes sobre o estudo, os métodos e as estatísticas de cada grupo pesquisado, acesse o link https://link.springer.com/article/10.1007/s00394-018-1728-8

















