Uma pesquisa realizada pelo software médico iClinic revelou quais são as atuais tendências do mercado médico. Realizado a partir de dados gerados pelos usuários que utilizam a ferramenta e por meio de um questionário enviado a clientes e não clientes do sistema, o estudo revelou que os profissionais da saúde atingem o pico de remuneração entre os 50 e 60 anos de idade e que é uma das principais tendências do mercado atual no Brasil o investimento em marketing médico e a adesão a convênios de saúde.
Os profissionais participantes da pesquisa têm, em média, 40 anos e atuam majoritariamente na região Sudeste. De acordo com o levantamento, o período em que os médicos mais atendem pacientes é o mesmo em que a remuneração é mais alta. Isso acontece porque entre 40 e 50 anos o valor médio recebido por cada consulta é de R$ 110, enquanto após os 60 anos o valor é de R$ 157, cerca de 40% a mais por atendimento.
Quanto ao modelo de atendimento, a pesquisa mostrou que há mais profissionais com intenção de se cadastrar em um convênio. Um total de 62% dos médicos entrevistados são vinculados a, pelo menos, um convênio de saúde. Já 40% pretendem se vincular a mais convênios. Quem atende por convênio acaba realizando quatro vezes mais atendimento e ganha em média 42,7% a mais do que aqueles que fazem apenas consultas particulares.
Outro dado relevante, divulgado com o estudo, é que 54% dos profissionais consultados estão investindo financeiramente em estratégias de marketing. Dentre aqueles que ainda não fazem isso, 61% afirmam que querem começar a fazê-lo dentro de um ano. Na comparação entre os dois públicos, quem investe nessas estratégias de atração e fidelização de pacientes ganha 48,6% a mais do que quem não investe. “Há uma mudança de paradigmas na área assistencial quanto ao marketing, que passou a ser visto como um instrumento de utilidade pública, desde que feito com ética e respeitando a autorregulamentação do setor”, explica a especialista em marketing e comunicação com foco na área de saúde, Cecília Botelho.
Diante da quantidade de informações e desinformações circulando no ambiente digital, os profissionais de saúde têm assumido cada vez mais o papel ativo de orientar a população nas plataformas online. “O paciente passou a ter mais acesso à informação, ele checa as informações que ouve no consultório. A jornada do paciente, hoje, começa muito antes do agendamento da consulta”, acrescenta Cecília Botelho.
Como fazer o marketing médico
Embora seja uma tendência, o médico e outros profissionais de saúde precisam estar atentos com relação às estratégias de divulgação do trabalho. O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece regras para propaganda médica que vetam a realização de consultas online, a divulgação de imagens de antes e depois, a exposição do paciente ou a divulgação de técnicas não validadas. “O médico não pode abandonar o core business dele, que é cuidar do paciente. O ideal é ter uma pessoa de confiança, que conheça o setor, para desenhar uma estratégia de marketing sólida”, afirma Cecília Botelho.
Não basta apenas criar uma conta nas redes sociais, é preciso criar uma proposta de valor. O que faz com que a sua entrega seja diferenciada? Qual a contribuição que o seu paciente terá escolhendo seus serviços? Qual a experiência que o paciente pode esperar ao lidar com você? Essas são algumas das perguntas que precisam ser respondidas para criar essa proposta. “É preciso ter um plano de comunicação, com um site dinâmico, sempre atualizado, com informações novas. As plataformas não podem virar um mural de recados. É preciso construir um diálogo com o paciente, dentro daquilo que é permitido. As redes sociais são um espaço incrível para ouvir o paciente”, diz a especialista.