A sequência que resolvi imprimir nesses artigos, com o mesmo título, tem um sentido de repassar aos leitores a continuidade necessária daquilo que denominamos “pontos positivos ou favoráveis”, ao lado dos “pontos negativos ou desfavoráveis”, na evolução da liderança duradoura. Não estou seguindo uma ordenação tipo sumário – já que de um manual sobre a matéria não se trata – mas, sim, focando as diversas condições inerentes à liderança, baseadas na minha longa vivência. Pontos e contrapontos, entremeados de exemplos realmente acontecidos na vida prática. Acredito que assim a coluna consiga aproximar-se do leitor e, quem sabe, até surpreendê-lo com situações similares que ele mesmo já tenha vivido. Também, é preciso compreender que sendo o cooperativismo o tema continental da coluna, quando falo em liderança não há como distingui-la das demais sociedades empresariais, políticas, universitárias, familiares, esportivas, ou quaisquer que sejam, fora do nosso “mundo unimediano”. Os conceitos para a manutenção e durabilidade da liderança são exatamente os mesmos.
Arriscaria dizer que a época histórica, com suas variações de costumes e de cultura, com pequenas adaptações à modernidade, também não altera o perfil do líder. Se assim não fosse, os textos de Maquiavel – do século XVI – pregando a conquista e a manutenção do poder com as lentes da razão, já estariam nos porões das livrarias e, no entanto, surgem cada vez mais edições de O Príncipe. E o que dizer de A Arte da Guerra, de Sun Tzu, livro encontrado nas mãos de grande número de executivos modernos em suas andanças pelos aeroportos. Mais longe ainda, no Século I, antes de Cristo, Marcus Tibério Cicero, Cônsul da República e maior orador da Roma Antiga, já exercitava, pela retórica, a arte da persuasão em seu papel de líder dentre seus pares.
E assim, poderíamos citar outros exemplos de liderança condição fundamental a ser exercida nos momentos de crise, sejam das empresas ou das nações. Para lastrear os inúmeros exemplos na história da humanidade, onde o exercício da liderança representou a salvação de um povo ou poupou a vida de jovens combatentes, sugiro ler o pequeno livro –Homens que mudaram a história do mundo -, de Bill Yenne, onde, resumindo breves relatos, o autor informa o essencial sobre as personalidades de grandes líderes. E é melhor do que os já combalidos e desnecessários livros de autoajuda.
Liderança também salva vidas. São inúmeras as citações de acontecimentos de desastres, barcos e navios perdidos no mar, incêndios em edifícios, assaltos e sequestros, sobreviventes na neve, em que o líder, coordenando e dirigindo as ações em meio ao caos instalado, consegue salvar o grupo e levá-lo a um local seguro. Por tudo isso, se a liderança no seio do cooperativismo é fator indispensável para o sucesso da sociedade e de seus associados e beneficiários, também o é na trajetória pessoal e profissional do núcleo do indivíduo e de seus aliados e parceiros.
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