Durante a pandemia do novo coronavírus, todos tiveram que se adaptar. O marketing digital se tornou ferramenta fundamental para a divulgação de negócios ou serviços. E, quem não está na rede, pode acabar caindo no esquecimento.
Para os profissionais de saúde que tiveram consultas e procedimento eletivos sendo cancelados pela crise da COVID-19, o marketing digital é ainda mais importante. Com ele, é possível fortalecer o compartilhamento de informações de acesso à saúde do cidadão, além de fazer com que o público entenda seus pensamentos, opiniões e experiências.
De acordo com Camilla Covello, sócia-diretora da GPeS Health Branding and Business, empresa especialista em comunicação e marketing para saúde, é importante manter um perfil atualizado nas redes sociais. “Na era da comunicação digital, poucas coisas comprometem tanto a reputação de um profissional quanto um perfil abandonado na rede social. A regra é simples para o sucesso: sempre postar, com frequência, qualidade e estratégia”, acrescenta Camilla.
Existem redes sociais que se tornaram um sucesso durante a quarentena, como o Tik Tok. Muitas pessoas estão se aproveitando disso e fazendo “de tudo” para se tornar um influenciador digital. O que não é bom. Para Camilla, no marketing e comunicação de saúde, não vale tudo. As estratégias devem ser pensadas e estudadas, de preferência por um especialista.
Sobre o conteúdo divulgado nas redes sociais, os médicos devem ter cautela. Existem normas bem definidas no CFM (Conselho Federal de Medicina) sobre o que eles podem ou não postar. “É possível fazer excelentes conteúdos nas redes sociais de médicos, como, por exemplo, mostrar humanização em suas postagens, dicas de saúde e bem-estar, pesquisas e estudos, estatísticas e notícias de fontes confiáveis. Além de datas comemorativas e vídeos educativos. O segredo é mesclar inteligentemente os formatos com conteúdo correto para seus públicos-alvo”, comenta a especialista.
Cada perfil é único e deve ser alimentado de acordo com a audiência e o objetivo de cada profissional de saúde. Camilla conta que não existe perfil ideal e é essencial fazer uma pesquisa de mercado, concorrentes, redes sociais, formatos e públicos-alvo.
O que não postar
O CFM proíbe os médicos de divulgarem em suas redes sociais o “antes e depois” dos seus pacientes. As normas das Resoluções nº 1.974/11 e nº 2.126/15 delineiam claramente o que pode e o que não pode ser feito por médicos na área digital. Elas proíbem também o sensacionalismo, a autopromoção e a concorrência desleal.
Os profissionais de saúde não devem postar em suas redes sociais o rosto de nenhum paciente. O que vale, inclusive, para aqueles que postam fotos com círculo preto nos olhos da pessoa. “A estratégia é imprópria e ao invés de ensinar e disseminar conteúdo saudável, expõe os pacientes, mesmo que eles cedam uma autorização de uso de imagem”, explica Camilla.
Podemos mencionar diversos perfis que preferem seguir com as postagens inapropriadas e se arriscar com o CFM, somente para tentar ganhar mais seguidores. Eles utilizam de técnicas abusivas para conquistar pacientes. Geralmente, um médico que não utiliza corretamente as redes sociais acaba caindo no limbo digital ou é derrubado pelo próprio algoritmo da plataforma.