Um estudo publicado pelo BMJ, antigo British Medical Journal, apresentou o resultado de uma pesquisa que mostra a relação entre o consumo de álcool e o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC). A pesquisa foi feita com base num estudo de coorte multicêntrico que envolveu 519.978 adultos, com idades entre 35 e 70 anos, em 23 centros de 10 países europeus entre anos de 1991 e 2000.
O artigo demonstra que o consumo de álcool está inversamente ligado ao surgimento de doenças coronárias, porém as chances dessas pessoas desenvolverem algum quadro de AVC são mais altas do que aquelas que não consomem bebidas alcoólicas.
Para o estudo, durante quase 10 anos foram acompanhados os hábitos de homens e mulheres quanto à ingestão de bebidas, os tipos (vinhos, cervejas, destilados, entre outros), além de associações com a alimentação e o tabagismo.

O estudo mostrou que o consumo de 12 gramas de álcool por dia já é o suficiente para que haja indícios da influência em casos de acidentes vasculares não fatais. Quanto maior o consumo diário, maior o risco, incluindo o acidente vascular cerebral isquêmico e hemorrágico. No caso do consumo associado ao tabagismo, o quadro se agrava ainda mais, com o paciente mais suscetível a desenvolver doenças cardiovasculares fatais.
A cerveja e vinho estão entre as bebidas mais associadas aos acidentes vasculares não fatais, enquanto os destilados, por apresentarem maior concentração alcoólica, estão entre as bebidas que apresentaram maiores riscos.
A pesquisa pode abrir caminhos para mais estudos e desenvolvimentos de políticas para controle e redução do consumo de álcool na população, principalmente naqueles que já possuem algum problema cardíaco. Também é possível desenvolver ações de prevenção de AVC em populações em que o consumo de bebidas é alto, tendo em vista que o acidente vascular cerebral pode ser fatal ou deixar sequelas permanentes nos pacientes.
O estudo completo pode ser acessado online.


















