Com o crescente avanço da população da terceira idade, cuidar adequadamente destes pacientes não é apenas uma questão de humanização, mas também uma estratégia de mercado. Por isso, gestores de clínicas e consultórios devem estar atentos às necessidades do paciente idoso e de seus familiares.
“A adaptação pode trazer um retorno financeiro, principalmente se o público-alvo ou o maior público for da terceira idade – ou, ainda, se o gestor quiser criar esse nicho dentro do estabelecimento. É fundamental abrir os olhos para esta realidade”, afirma a arquiteta Cris Paola.
Como transformar sua clínica ou consultório em um ambiente acessível a idosos?
“A principal intenção é garantir condições adequadas aos pacientes idosos, trazendo um atendimento humanizado em todos os serviços relacionados”, dizem as arquitetas Carolina Danylczuk e Lisa Zimmerlin, da UNIC Arquitetura.
Elas afirmam que os seguintes pontos devem ser considerados:
- Condições de acessibilidade e uso (circulação, portas, mobiliário e acessórios ergonômicos aos pacientes em questão);
- facilidade de circulação nos ambientes;
- comunicação e direcionamento (placas de interação social);
- proteção (que não cause medo ou ansiedade);
- segurança (sem riscos de lesões e acidentes);
- privacidade
Desta forma, tanto espaços internos quanto externos devem ser de fácil acesso – incluindo rampas e, em caso de clínicas maiores, elevadores. “Se o ambiente for pequeno, dê preferência para casas ou imóveis térreos. Assim, os idosos não precisarão utilizar as escadas para determinados atendimentos”, completa Paola.
Para um ambiente ainda mais seguro, aposte em móveis e marcenaria com bordas arredondadas, evite tapetes, instale corrimão em corredores muito longos, cuide para que os ambientes sejam bem iluminados e os assentos sejam firmes. Lembre-se que vãos de portas e corredores devem ter espaço suficiente para a passagem de cadeiras de rodas.
“Essas adaptações devem ocorrer em todos os ambientes em que os pacientes poderão circular. Isso pode variar de projeto a projeto, porém, a recepção, banheiros e sala de atendimento não devem ser esquecidos”, reiteram Danylczuk e Zimmerlin.
Estes são itens básicos. Para ir além, é preciso garantir que o ambiente também seja humanizado e convidativo.
“Mobiliário ergonômico, tons pastel e ambientação com plantas humanizam o espaço. Também vale deixar a televisão com volume agradável e sempre ter cadeiras de rodas e andadores para quem precisar de auxílio”, aconselha Paola.
Para Danylczuk e Zimmerlin, uma boa dica é sempre pensar em fatores sensoriais, como a sensação de proteção, segurança e privacidade que o local irá proporcionar. “É necessário que o ambiente seja calmo e acolhedor, proporcionando o bem-estar dos pacientes.”
Nem sempre essas adaptações exigirão obras – algumas pedem apenas reconfigurações. Por exemplo, você não precisará de quebra-quebra se tiver apenas que trocar o mobiliário, retirar tapetes que impedem a livre circulação e instalar barras de apoio em banheiros.
“No entanto, para algumas mudanças, serão necessárias pequenas reformas – por exemplo, para adaptar os ambientes a normas, como dimensões de portas e circulações, ou instalar piso antiderrapante nas áreas de circulação, para maior segurança do paciente”, finalizam Danylczuk e Zimmerlin.
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