Seja para fins estéticos ou para tratamentos de relacionados à saúde bucal, a procura por atendimentos odontológicos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Considerando o avanço da medicina e da indústria farmacêutica, pacientes com alterações sistêmicas obtiveram uma melhoria na sua sobrevida, este fato aumentou a procura por tratamentos, o fluxo de pessoas nos consultórios odontológicos e, consequentemente, os riscos para situações de urgência ou emergência.
Conforme o artigo “Situações de emergências médicas em consultório odontológico”, uma emergência médica é uma situação que exige ações rápidas e corretas para minimizar os riscos de sequelas e salvar a vida do paciente. O profissional deve se preparar para qualquer episódio que possa acontecer durante um atendimento clínico. Ele deve ter consciência de que, ao restringir sua atuação apenas para a cavidade oral, sem considerar o estado geral de saúde do seu paciente, poderá aumentar, significativamente, as chances de ocorrência de um evento emergencial.
Os casos de emergência na Odontologia também podem acontecer em decorrência ao medo e ansiedade, por isso, é importante minimizar e controlar o estresse no atendimento, visto que a maioria dos pacientes tem suas consultas motivadas por episódios de dor, o que aumenta ainda mais a ansiedade.
Alguns sintomas podem ajudar o profissional a identificar se está perante uma emergência médica, como a tontura e a perda de consciência. Dessa forma, é essencial estar atento ao paciente durante a consulta para notar qualquer sinal de que algo errado possa estar acontecento. Uma boa forma de prevenir essas situações é obter o diagnóstico precoce das alterações sistêmicas.
Além disso, é preciso ter um planejamento para essas situações, como um kit básico para emergências e estar apto para a socorrer e prestar o atendimento necessário. Assim será possível proporcionar um suporte ventilatório e circulação mecânica, para que o organismo do paciente continue a responder.
É necessário garantir a saúde e a integridade à pessoa em perigo, ter o conhecimento em primeiros-socorros, Suporte Básico de Vida (SBV). O SBV tem como objetivo atender pessoas em situação de emergência até que um profissional da medicina possa oferecer o atendimento avançado.
Vale lembrar que o profissional deve estar ciente das responsabilidades e aspectos jurídicos que possam entrar em questão. Afinal, o cirurgião-dentista e o médico são profissionais que lidam com riscos, tanto para quem exerce, quanto para quem é atendido.
O artigo “Responsabilidade civil do cirurgião-dentista” explica que o dentista tem responsabilidade pelos danos causados voluntaria ou involuntariamente. A maior parte das falhas em processos odontológicos tem raiz nos diagnósticos superficiais e incorretos. Uma anamnese adequada, um exame físico bem conduzido e ter conhecimento dos medicamentos que o paciente administra diariamente podem auxiliar na identificação de um ou mais fatores de possíveis riscos. Adotar medidas simples de prevenção aumenta a segurança clínica durante um atendimento.
Já o artigo do Código de Ética Odontológica prevê que um dos deveres do cirurgião-dentista é manter-se atualizado sobre os conhecimentos profissionais e técnicos necessários para exercer a profissão, assim como zelar pela saúde e dignidade do paciente. Portanto, mesmo que as emergências médicas em Odontologia não sejam frequentes, elas devem ser consideradas. Cabe ao profissional buscar por capacitação para cumprir com o seu dever ético.
Os próprios procedimentos odontológicos podem causar lesões, como a cirurgia de ortognática. Portanto, é fundamental que o dentista explique corretamente como será o tratamento, para que o paciente esteja ciente de todas as etapas. O profissional deve conhecer os conceitos éticos da profissão e aplicá-los no seu dia a dia, com o objetivo de proteger o paciente e diminuir o risco de ações que possam culminar em processos civis e criminais.